O novo presidente do Desportivo de Palmar, José Machado, conhecido por “Vuksilva” considerou que o futebol em São Tomé e Príncipe não evoluiu quase nada, admitindo que o desporto rei no arquipélago “parou no tempo” e lamentou o facto de as equipas, principalmente da primeira divisão, ainda continuarem a jogar em campos de barro.
“Então não tem como [o futebol são-tomense] evoluir jogando no campo de terra abatida. Não vais conseguir implementar toda técnica, os jogadores são-tomenses, poucos conhecem táticas, porque não tem quase nada, em São Tomé, o futebol parou”, disse o líder do Palmar durante uma entrevista concedida à RSTP.
“Eu normalmente vejo o futebol em São Tomé, como um torneio-zinho de amadores, não um campeonato, porque devia evoluir mais, o futebol em São Tomé tem capacidade de evoluir”, acrescentou.
Vuksilva precisou que é necessário “tirar as equipas da primeira divisão a jogar na terra abatida e passar para o estádio com relva sintética”, para o que o desporto rei no país comece a dar passos para o desenvolvimento.
“Porque não se pode chamar um jogador que joga na terra abatida para a seleção nacional, para depois ele se adaptar ao sintético, isso é impossível, não vai dar certo. Eu sou da altura que já fui assistir jogo desde as 2 da tarde até as 22 horas, no Estádio Nacional 12 de Julho, porque um jogo começa, terminava e entrava o outro, assim sucessivamente, então, é possível fazer novamente isso”, disse.
Neste momento a Ilha de São Tomé, conta com dois estádios para a prática do futebol em condições, nomeadamente, o Estádio Nacional 12 de Julho, que neste momento continua interditado para acolher jogos internacionais e o do Riboque, que falta a instalação das bancadas e do balneário.
Vuksilva também defendeu a mudança do estilo do campeonato de futebol em São Tomé e Príncipe, para uma competição de todos contra todos, um apelo que já foi lançado à Federação Santomense de Futebol por parte de alguns técnicos, principalmente, do atual treinador do Trindade FC, Denylson Cunha que precisou que há que “repensar num novo modelo do campeonato ao nível de São Tomé e Príncipe” para que este desporto rei venha a desenvolver no arquipélago são-tomense.
“Isso pode ser tão fácil, porque o barco que vem com uma equipa, leva outra, e podia tornar num só campeonato, e não um torneio de um lado e um torneio de outro lado, já assim passamos a ter três estádios sintéticos [ao nível do país], então é suficiente para passamos a ter um campeonato”, vincou.
“Porque não é justo o melhor marcador de São Tomé, não ganhar porque o atleta da Ilha do Príncipe marcou [mais] golos. Marcou mais golos como? Jogando com a mesma equipa? não faz sentido, por isso que eu disse que paramos no tempo, porque isso já existia desde há muito tempo”, acrescentou o presidente do Palmar, sublinhado que “vale a pena fazer um esforço” indo em busca de “parcerias com as companhias aéreas e marítimas”.
A Federação recebe anualmente da FIFA 700 mil dólares e da CAF 300 mil dólares, além de outras contribuições para vários programas de desenvolvimento do futebol, mas o dinheiro não serve o desporto rei no país, segundo os clubes no país.
No entanto, a nova época futebolística no país terá o seu arranque no dia 18 de janeiro de 2025, com o jogo da supertaça António Aguiar entre AgroSport de Monte Café (campeão nacional) e o Sport Operários e Benfica (vencedor da taça de São Tomé e Príncipe).
José Machado conhecido por “Vuksilva”, residente no Reino Unido e CEO do Agita Santola, foi eleito por unanimidade no dia 8 de dezembro, como o novo Presidente do Desportivo de Palmar, durante a Assembleia Eletiva realizada pelo clube do distrito de Água Grande.
O líder do clube de Água Porca garantiu que a equipa vai voltar a ter uma escola de futebol já na primeira semana de janeiro de 2025, com objetivo de criar uma base e “alimentar” a equipa principal nos próximos anos nas competições de futebol ao nível nacional.
