A ministra da Saúde e dos Direitos da Mulher, Ângela Costa assegurou que fez-se tudo em São Tomé para salvar a menina Elisabete, por isso demarcou-se da campanha que levou à sua transferência para tratamento em Portugal, porque os médicos concluíram que ela deveria “continuar no país, com os cuidados paliativos”.
“Quando nós recebemos a Elisabete no hospital central, os nossos profissionais fizeram todos os estudos que deveriam fazer, fez-se o scanner, trocou-se os resultados com a equipa médica portuguesa e através disso [telemedicina], a equipa médica portuguesa juntamente com os nossos, chegaram a conclusão de que a sequela que deixou o ocorrido à Elisabete, que a menina deveria continuar no país, com os cuidados paliativos”, referiu Ângela Costa.
“Inclusive eles disseram mais, mesmo pela pressão social, política, não havia como nós evacuarmos a Elisabete porque era preferível ela ficar aqui no seio da família e cá no país. Foi a razão que nós não evacuamos a Elisabete”, acrescentou.
A ministra da Saúde assegurou que a parte são-tomense fez tudo que esteve ao alcance para dar o melhor tratamento à, admitindo possível intervenção do Governo, apenas se o diagnóstico de saúde da menina melhorar em Portugal.
“Nós já fizemos tudo. Agora se no caso Portugal […] chegar a conclusão que é um outro diagnóstico e não o primeiro que deram […] se está dentro do parâmetro para o benefício da junta, nós poderemos ajudar […] mas eles [médicos portugueses] já foram bem claros que os cuidados continuados a Elisabete não terá dentro do protocolo que nós temos com Portugal, porque ela quando saiu daqui já estava bem claro quanto a essa situação”, relatou.
“Nós não assinamos nenhum certificado de óbito antecipado da Elisabete”
A ministra lamentou as críticas que têm sido lançadas contra a atuação do Ministério e o Governo em relação ao caso da Elisabete.
“Nós não assinamos nenhum certificado de óbito antecipado da Elisabete. Uma pessoa com a sequela que a Elisabete tem, pode levar anos e anos depois vir a falecer”, justificou.
Entretanto, uma onda de solidariedade se formou e tem procurado correr contra o tempo para tentar salvar a Elisabete, apesar do diagnóstico clínico. Por iniciativa da sociedade civil, a Elisabete foi transferida para tratamento em Portugal, mas o Governo demarcou-se de qualquer responsabilidade neste processo.
“Nós conversamos várias vezes com a equipa, inclusive tivemos um encontro mesmo no ministério, alertamos quanto a essa situação da evacuação da Elisabete, mesmo assim teimaram”, afirmou.
Para já, a Elisabete está a ser seguida por uma equipa especializada em Coimbra em meio a uma polémica que também se tornou num caso de polícia.