Os partidos da oposição são-tomense, MLSTP e o Movimento Basta felicitaram hoje a futura primeira-ministra Ilza Amado Vaz e disseram esperar “um programa realista” e um Governo que “traga mudanças concretas”, diálogo e compromisso para o desenvolvimento sustentável do país.
O Movimento BASTA, com dois deputados eleitos no parlamento, e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), com 18 eleitos, saudaram a forma “responsável e ponderada como” o Presidente, Carlos Vila Nova conduziu o processo que culminou na nomeaçã de Ilza Amado Vaz para primeira-ministra de São Tomé e Príncipe em substituição de Patrice Trovoada, demitido na segunda-feira.
“Este desfecho positivo reflete um compromisso com a estabilidade política e com a necessidade de encontrar soluções para os desafios que o nosso país enfrenta”, declarou Salvador Ramos, em comunicado.
O coordenador do Movimento Basta considerou que a nomeação da nova primeira-ministra “é um momento histórico que simboliza uma nova oportunidade para servir a nação com dedicação, responsabilidade e visão estratégica”.
Segundo Salvador Ramos, o Movimento BASTA acredita que Ilza “tem agora a missão de governar com firmeza e de corresponder às expectativas da nação, promovendo políticas que priorizem os interesses do povo santomense, especialmente os mais vulneráveis”. E prometeu uma “oposição construtiva e vigilante, sempre com o objetivo de defender os interesses de São Tomé e Príncipe e do seu povo”.
O MLSTP também considerou que, durante o processo de nomeação da nova primeira-ministra, “o Presidente da República agiu de forma assertiva, enquanto moderador e garante da estabilidade e da defesa do regular funcionamento das instituições democráticas, salvaguardando os supremos interesses da nação”.
O maior partido da oposição são-tomense saudou a primeira-ministra indigitada e disse esperar “um programa realista, direcionado a reduzir o custo de vida” da população.
Em comunicado lido pelo seu vice-presidente, Arlindo Barbosa, o MLSTP instou o próximo Governo a “revogar a resolução sobre as taxas aeroportuárias” e retomar as negociações com a China “para tentar recuperar os donativos de 100 milhões de dólares rejeitados pelo Governo de Patrice Trovoada”.
Pediu ainda que sejam disponibilizados aos órgãos competentes “todos os contratos estruturantes assinados pelo anterior Governo” e que o novo executivo possa “agir no sentido de se esclarecer e sancionar por via legal os verdadeiros culpados dos acontecimentos de 25 de novembro de 2022”, em que quatro homens foram mortos sob custódia dos militares, com sinais de agressão e tortura.
O partido disse esperar que seja levantado “o bloqueio imposto à oposição nos órgãos públicos de comunicação social”, que haja “cooperação institucional necessária com os órgãos de soberania para garantir a estabilidade governativa e o melhor desempenho do Governo para o bem-estar dos são-tomenses”.
O MLSTP prometeu “fiscalizar de forma rigorosa e responsável as ações do próximo Governo, exigindo-lhe transparência, responsabilidade e respeito pelas necessidades da população”.
A atual ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos são-tomense, Ilza Amado Vaz, que exerceu a mesma função entre 2014-2018, foi nomeada na quinta-feira primeira-ministra e será a terceira mulher a ocupar este cargo.
O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova demitiu o Governo, apontando “assinalável incapacidade” de solucionar os “inúmeros desafios” do país e “manifesta deslealdade institucional”, segundo o decreto presidencial.
Carlos Vila Nova sublinhou, nomeadamente, a falta de lealdade institucional, assinatura de acordos internacionais sem conhecimento do Presidente da República, exemplificando com a Turquia e a Venezuela, e ainda cerca de seis meses e três semanas de ausências do chefe do Governo do território nacional, das quais o chefe de Estado só teve conhecimento quando já decorriam.