A companhia aérea Fly Angola que fazia ligação Luanda, São Tomé e a Ilha do Príncipe, encerrou as suas operações para o arquipélago devido o aumento das taxas aeroportuárias nos bilhetes de passagens que entrou em vigor no dia 1 de dezembro de 2024.
Segundo o canal angolano Platina Line, “o aumento recente das taxas aeroportuárias no país, somado a outros custos operacionais elevados e muito acima da média, impossibilitaram a comercialização de tarifas competitivas entre as duas capitais”.
“Perante esta nova conjuntura, a FlyAngola foi obrigada a tomar a difícil decisão de suspender a operação da rota Luanda-São Tomé. A companhia irá agora redirecionar os seus esforços para a expansão internacional no sul do continente africano, com destaque para a certificação e abertura do aeroporto da Catumbela, em Benguela, às ligações internacionais”, lê-se na publicação da Platina Line.
“O primeiro destino desta nova fase será Windhoek, capital da Namíbia, um país que tem investido significativamente na criação de condições favoráveis para as companhias aéreas operarem, promovendo o turismo e o desenvolvimento económico”, acrescenta.
A Fly Angola foi inaugurada em fevereiro de 2024 com duas frequências semanais, fazendo ligação entre a capital angolana e o arquipélago são-tomense, sendo que todas as viagens foram realizadas por aviões Embraer ERJ-145’’, com capacidade para 50 passageiros e duração estimada de duas horas.
“Esta ligação simbolizou um passo importante para a expansão internacional da companhia e na união entre os países-irmãos Angola e São Tomé e Príncipe”, refere a publicação.
Em Dezembro, o Governo são-tomense aumentou para 220 euros as taxas aeroportuárias pagas pelos passageiros nos bilhetes de viagens aéreas de e para São Tomé, que entrou em vigo a partir do dia 01 do mesmo mês, segundo a resolução do Conselho de Ministros a que a RSTP teve acesso.
Segundo a resolução n.º 36/2024 publicada no Diário da República de 25 de outubro, a Taxa de Desenvolvimento Aeronáutico (TSDA) foi fixada em 62 euros, Taxas de Segurança Aeroportuário em 28 euros e as Taxas de Regulação (TR) 20 euros, que, multiplicando-se por dois nas viagens de ida e volta, totalizam 220 euros por passageiros de voos internacionais.
Nos voos domésticos para a ilha do Príncipe, as Taxas de Desenvolvimento Aeronáutico foram fixadas em sete euros, as Taxas de Segurança Aeroportuário em quatro euros e as Taxas de Regulação em cinco euros, que, multiplicando-se por dois nas viagens ida e volta, totalizam 21 euros por passageiros.
No entanto, a resolução estabelece isenções para crianças com menos de 2 anos, passageiros em trânsito, “desde que não troquem de voo”, e redução de 75% das Taxas de Desenvolvimento Aeronáutico e das Taxas de Regulação para crianças de idades entre 2 e 12 anos.
A Taxa de Regulação “constitui receita da Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e deve ser utilizada, exclusivamente, na materialização do Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil e do Programa Nacional de Controlo de Qualidade da Segurança da Aviação Civil, no apoio às atividades de segurança levadas a cabo pelas entidades com responsabilidades em matéria de segurança da aviação civil e demais ações inerentes à promoção do sistema de segurança da aviação civil”, acrescenta-se.
A FLY Angola é uma companhia aérea privada que serve uma rede de destinos em Angola. Foi criada em Agosto de 2018 por um grupo de visionários empresários angolanos, inaugurando o seu primeiro voo no mesmo mês e tem como principal missão de responder o desafio de impulsionar o tráfego aéreo seguro de passageiros e carga, contribuindo assim para o dinamismo da economia angolana e capacitando as pessoas, ao conectá-las com o melhor que o país tem a oferecer.