O jovem cantor são-tomense, Jackson Fernandes, conhecido artisticamente como “Puto Kellos”, defendeu a criação de uma instituição para acabar com a pirataria de músicas dos artistas nacionais, de forma a ajudar a preservar e valorizar mais os trabalhos dos fazedores da música em São Tomé e Príncipe.
“Eu se tiver uma música e alguém está a tocar sem eu dar, aonde é que o cantor vai recorrer? Qual voz que cantor tem? É só aceitar”, questionou o artista durante a entrevista à RSTP.
“O outro problema é que tem alguns grupos [organizadores de eventos] que convidam os cantores, acertam o valor, e quando chegam para atuar [estas pessoas] desparecem, e deixa cantor lá [então] aonde cantor vai recorrer para reclamar acerca disso?”, acrescentou.
Com 10 anos de carreira, o artista considerou que a música são-tomense tem evoluído a cada ano, mas apelou aos DJ´s que promovam mais as músicas nacionais em eventos onde são convidados para atuarem.
“Nas discotecas, os DJ´s têm que tocar mais as nossas músicas. Por exemplo lá fora [no estrangeiro], se tocam 5 músicas de outros países é muito, mas aqui em São Tomé, se você escutar uma música nossa [na discoteca ou outros eventos] é muito”, sublinhou o músico são-tomense.
Puto Kellos começou a entrar no mundo da música, por influência de um amigo que ia sempre ao estúdio de gravação, quando, uma vez foi convidado para o acompanhar e de lá começou a se interessar pela arte, mas antes, pelo estilo Kuduro.

Com o passar do tempo, começou a compor as suas próprias canções, maioria delas que retratam a realidade são-tomense, como “Palaiê”, “Mulher”, “Sala Mom Muala”, “Atrofiar”, entre outros sucessos musicais e outras com participações de alguns artistas nacionais, como Haylton Dias, Moreno, Socio Dela Vega, Ronaldo Oscarito, Jussara Gonçalves.
Relativamente aos projetos futuros, o artista adiantou que está a preparar novos trabalhos alguns com estilo mais nacional, como “Rumba e Ussúa”.
“Também tenho algumas músicas kizombas, porque é coisa que eu sempre gostei de fazer e tarraxo, que é uma inovação. Na ´ussúa` terá corro das músicas antigas e a ´rumba` será uma canção com uma letra bastante positiva”, frisou.
Além da música, Puto Kellos também é barbeiro, atividade que já vem exercendo há vários anos, e o tem como o seu ganha-pão.
