O presidente do Governo Regional do Príncipe, Filipe Nascimento afirmou que condena veementemente o abuso sexual de menores, destacando ações desenvolvidas ilha neste sentido, e clarificando posição sobre o assunto, após críticas surgidas por causa das declarações anteriores.
“Condenamos veementemente toda e qualquer tipo de prática que afeta as crianças, afetam as famílias, nomeadamente o abuso sexual de menores”, destacou Filipe Nascimento em declarações à imprensa, na ilha do Príncipe.
O presidente do Governo Regional destacou várias ações desenvolvidas na ilha em articulação com as autoridades de São Tomé e parceiros internacionais, nomeadamente a fixação do magistrado do Ministério Público, ampliação e modernização do tribunal regional, criação de condições para a Polícia Judiciária regional, bem como a instalação de uma cadeia no Príncipe.
“Vamos intensificar as ações de promoção de informação, de disseminação dos direitos que cada cidadão tem, nomeadamente saberem como se protegerem preventivamente e como agir se forem vítimas”, adiantou Filipe Nascimento.
Questionado sobre a existência de números elevados de casos de abuso sexual na ilha do Príncipe, Filipe Nascimento preferiu destacar que “a população está cada vez mais consciente e a denunciar mais os casos”.
“Devemos continuar nesse trabalho para que pouco a pouco consigamos erradicar qualquer tipo de caso de abuso sexual no Príncipe”, acrescentou.
Na terça-feira Filipe Nascimento havia rejeitado os comentários sobre números elevados de casos de abuso sexual e gravidez na adolescência na Ilha do Príncipe.
“Julgo não ser a boa premissa dizer que na Região Autónoma há registos de casos, no sentido de tentar-se dar a ideia de que há mais ou menos casos, mas sim dizer que refuto que haja o índice no Príncipe fora daquilo que se pode considerar que seja o normal”, disse Nascimento quando questionado pela RSTP, após encontro com o primeiro-ministro Américo Ramos, em São Tomé.
No dia seguinte às declarações o Ministério Público anunciou a prisão preventiva de 4 homens na ilha do Príncipe por abuso sexual de menores, somando-se à prisão preventiva também decretada ao coordenador regional da Polícia Judiciária.
Nas redes sociais, vários cidadãos criticaram as declarações do dirigente regional, admitindo que a situação de abuso sexual também é preocupante na ilha Reserva Mundial da Unesco.
