PR pede mais união, paz e harmonia entre os são-tomenses em memórias dos “heróis da liberdade”

Segundo a organização, quase 10 mil jovens provenientes de vários pontos do país, marcharam durante cerca de 15 quilómetros, da Praça da Independência até à Praia de Fernão Dias, um dos locais onde morreram centenas de nativos torturados pelas tropas coloniais há 72 anos, no chamado massacre de “Batepá”.

Juventude -
Presidente da República

O Presidente da República, Carlos Vila Nova, pediu mais união, paz e harmonia entre os são-tomenses em memórias dos “heróis da liberdade”, apelando para uma reflexão profunda sobre os acontecimentos de 03 de fevereiro de 1953, que ceifou a vida de centenas de são-tomenses torturados pelas tropas coloniais há 72 anos, no chamado massacre de “Batepá”.

O que eu quero realmente dizer aos são-tomenses é que temos é que sentir, mas valorizar o que aconteceu em fevereiro de 1953. Valorizar hoje. Nós não fomos parte do processo, o que aconteceu há de servir-nos para o futuro e está a servir hoje”, disse o chefe de estado que presidiu o ato central em alusão aos 72 anos dos Mártires da Liberdade assinalado a 3 de fevereiro.

Eu peço a todos que haja cada dia, mais paz, mais harmonia entre os são-tomenses, nos aproximemos e lembremos que há quem morreu e perdeu a vida sem saber porquê para que nós hoje estivéssemos aqui em democracia e com liberdade de nos expressamos e liberdade para vivermos”, acrescentou Vila Nova.

Segundo a história, no dia 3 de fevereiro de 1953, houve a tentativa de forçar a população nativa do arquipélago a trabalhar como serviçais contratados nas roças e nas obras públicas, facto que esteve na origem do massacre conduzido pelo então governador colonial Carlos Gorgulho.

Eu recordo que no dia 2 de fevereiro de 1953, o que está escrito, puseram a circular rumores de que todo aquele que contratasse um são-tomense para trabalhar nas roças seria morto, coincidentemente no mesmo dia 2 de fevereiro de 1953 sai um edital do governo de então a dizer que há em curso uma sublevação comunista liderada por um compatriota nosso, engenheiro Salustino Graça”, relembrou Carlos Vila Nova.

É disso que eu chamei intriga no ano passado, tudo isso com objetivos obscuros do governador de então conduziram ao que se iniciou no dia 3 de fevereiro, que é o assassinato que originou no massacre que nós conhecemos”, completou.

O primeiro-ministro, Américo Ramos que também participou na cerimónia, garantiu que o seu governo vai fazer todos os possíveis para apoiar os últimos sobreviventes deste massacre.

A atenção do governo para estes sobreviventes e não só será total, todo o apoio que for necessário será dado e o governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para que eles tenham uma vida digna nestes últimos dias que os restam de vida, tendo em conta que esse massacre já aconteceu há 72 anos”, assegurou o chefe do executivo são-tomense.

São Tomé e Príncipe deve honrar a memoria daqueles que padeceram neste dia 3 de fevereiro e ter em memória que isso foi um símbolo da liberdade do povo são-tomense, é um legado que toda a juventude, toda a geração são-tomense deve ter em conta e servir de marco para coragem, determinação pela luta e pela liberdade”, adiantou Américo Ramos.

A Presidente da Assembleia Nacional, Celmira Sacramento que também se fez presente na cerimónia, reforçou que todos os são-tomenses devem honrar este ato, com alegria.

Nós quando víamos [na marcha] a moldura era tanta, a alegria e a vontade de vir era tanta que se via no rosto das pessoas, portanto, podendo honrar este momento que é um ato solene, digno de toda a solenidade, nós só podemos é agradecer, por estarmos vivos e testemunhar mais um ano de comemoração [alusivo] ao massacre de 53”, disse Celmira Sacramento.

Segundo a organização, quase 10 mil jovens provenientes de vários pontos do país, marcharam durante cerca de 15 quilómetros, da Praça da Independência até à Praia de Fernão Dias, um dos locais onde morreram centenas de nativos torturados pelas tropas coloniais há 72 anos, no chamado massacre de “Batepá”.

Orações, declamação de poema, jogral, bem como uma exposição de documentos do arquivo histórico com informações do fundo da curadoria, administração colonial e do governo colonial, marcaram a celebração dos 72 anos do massacre de 1953 que tirou a vida de centenas cidadãos são-tomenses.

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