A Orquestra Social do projeto Tocá Rufar apresentou-se pela segunda em São Tomé, com plateia lotada no espaço da CACAU, na apreciação da atuação de 27 crianças, adolescentes e jovens tocadores, que fazem parte deste projeto que chegou ao país há 4 meses num projeto da ONG Renascer STP, com apoio da cooperação portuguesa.
O projeto visa preservar e enriquecer a cultura local, bem como, promover a inclusão social e fortalecer os laços entre São Tomé e Príncipe e Portugal
“São crianças com uma capacidade psicomotora muito elevada, diferente do ocidente, porque essas crianças quando pegam num tambor parece que já sabiam tocar para a toda vida e isso é muito gratificante para mim, portanto, tem sido muito fácil trabalhar com elas [crianças], e também dão muita força porque são muito educados, são muitos estruturados e são estão muito empenhados”, disse o maestro e fundador da Orquestra Tocá Rufar, Rui Júnior.
A orquestra “Tocá Rufar” surgiu em Portugal em 1996, e agora está a adaptar as suas atividades ao contexto são-tomense, promovendo a valorização e o orgulho da herança cultural compartilhada.
“Quando eu trabalho num projeto nunca deixo as crianças abandonadas, porque acho que o sentimento de abandono é um dos fatores que nos perturba na vida quando somos crianças, por isso que eu não abandono crianças, então este projeto vai continuar, e eu vou ficar em São Tomé”, garantiu Rui Júnior.
Rafaela Nazaré, uma das voluntárias do projeto considerou que as inscrições para as crianças estavam abertas durante os quatro meses em São Tomé, aonde começaram a “ter lições musicais, aprender a ler as partituras” em vários ensaios já realizados com apoio da Santa Casa da Misericórdia.
“Os miúdos ensaiam no lar Simôa Godinho todas as semanas, já tiveram uma apresentação em frente a igreja da Sé e agora tem esta apresentação oficial publicamente”, disse Rafaela Nazaré.
“Eu como pai estou feliz pelo desempenho deles, pela forma que eles tocam, pela ambição e para mim é uma mais-valia, ver alegria deles, o entusiasmo e eles tocarem a vontade, é uma coisa inédita e em São Tomé, não temos escola de música e apareceu este projeto que nós abraçamos com muita alegria e satisfação”, disse Adler Fernandes, um dos participantes no evento.
Através de aulas, ensaios, apresentações e projetos comunitários, o projeto que tem ganhado destaque em diversos países da CPLP, contribui para a formação de cidadãos mais conscientes, criativos e engajados, que encontram na música uma forma de expressão e realização.
Ao expandir as suas atividades para São Tomé e Príncipe, o Tocá Rufar aportará os benefícios da educação musical baseada na percussão para as crianças, jovens e comunidades locais, fortalecendo laços culturais, sociais e educacionais e promovendo um ambiente de aprendizagem positivo e enriquecedor.