Albertino Bragança quer lançar este ano uma obra com mais de 400 provérbios são-tomenses

Em 2024, o escritor são-tomense foi homenageado durante a cimeira dos ministros da CPLP que aconteceu em São Tomé, pela contribuição que tem dado pela cultura lusófona, em particular, de São Tomé e Príncipe.

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Albertino Bragança

O escritor são-tomense, Albertino Bragança quer lançar este ano um novo livro com mais de 400 provérbios são-tomenses, com o objetivo de incentivar os leitores, principalmente, a juventude, para a promoção da língua nacional, anunciou o próprio em entrevista à RSTP.

Eu tenho guardado agora 800 provérbios são-tomenses e nunca foram publicados, e eu quero publicar pelo menos 400. Comecei a trabalhar com a doutora Fernanda Pontífice e Malapetema, porque é para vermos o verso e o contexto que [estes provérbios] podem ser aplicados”, disse o escritor à RSTP.

Albertino Bragança que ao longo de várias décadas ocupou várias funções, incluindo na política, educação, desporto e na sociedade, defendeu que “é necessário fazer cursos” para que os jovens possam se interessar mais pela leitura e pela escrita, sobretudo “num país onde não há livraria, nem jornais” imprenso.

Eu antes fazia cursos, dava aulas de português e estou a pensar fazer um curso, focando sobretudo nos aspetos que necessariamente devem ser retratados, porque consistem na dificuldade quase homogenia da juventude são-tomense pela escrita”, afirmou Bragança.

 “Há erros que são quase tradicionais […] em língua portuguesa, como qualquer outra língua, tem aspetos que são muito confusos, e é preciso esclarecer, então eu vou ver se faço um curso disso em breve”, acrescentou.

Em 2024, o escritor são-tomense foi homenageado durante a cimeira dos ministros da CPLP que aconteceu em São Tomé, pela contribuição que tem dado pela cultura lusófona, em particular, de São Tomé e Príncipe.

Eu gostei da cerimónia, senti-me bem, porque a pessoa quando é recordada e homenageada sente-se muito privilegiada, sobretudo, porque em São Tomé e Príncipe, as homenagens são muito raras, e eu quando lá fui, recebi o prémio e fui convidado para dizer algumas palavras, eu agradeci e fiz os ver que a questão dos prémios não podemos estar só a espera que os prémios venham de Portugal”, completou.

Albertino Homem dos Santos Sequeira Bragança nasceu em São Tomé, em 9 de março de 1944, tendo realizado os ensinos primário e secundário até 1963 e frequentado a Universidade de Coimbra (Faculdade de Ciências) entre 1964 e 1969.

Regressado ao país após a independência, a par da sua atividade como técnico de educação (sector onde desempenhou diversos cargos diretivos), dedicou-se a intensa atividade cultural, tendo criado em 1984, com Frederico Gustavo dos Anjos e Armindo Aguiar, as Edições Gravana Nova, que tiveram o mérito de dar à luz Bandeira Para Um Cadáver, de Frederico Gustavo dos Anjos, e Rosa do Riboque e Outros Contos, de sua autoria.

Em 1985 organizou, com a reputada poetisa Alda do Espírito Santo e a plêiade de jovens dedicados às artes e letras de São Tomé e Príncipe, a União Nacional de Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe (UNEAS), de que é agora o presidente.

Presença ativa em eventos de caráter cultural, no país e no estrangeiro, foi o representante de São Tomé e Príncipe às discussões atinentes ao Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa (Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro (1986), e Academia de Ciências de Lisboa, Lisboa, 1990), participou no país e no estrangeiro em múltiplos eventos de índole literária e cultural e teve intervenção preponderante, na qualidade de Ministro dos Negócios Estrangeiros, nos preparativos inerentes à criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de que é, desde 2006, Embaixador de Boa Vontade.

Exerceu, a partir de 1991, importantes funções partidárias, governativas e parlamentares, tendo sido também jogador de futebol em São Tomé e Príncipe e em Portugal.

O seu primeiro livro Rosa do Riboque e Outros Contos (1985), além de um conjunto de interessantes narrativas, inclui um glossário das expressões e vocábulos do crioulo forro da ilha de São Tomé, incluindo temas como “Reencontro”, “Solidariedade” e “Solidão”, que tematizam o quotidiano da  população africana urbanizada (de que o bairro do Riboque, nos arredores da cidade de São Tomé é o exemplo da sua marginalidade).

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