A jovem Azenayda Aurélio é a primeira são-tomense formada em cardiopneumologia e gerontologia, em Portugal, e regressou recentemente ao país motivada para apoiar o sistema nacional de saúde e a população nas áreas do coração e do pulmão bem como o envelhecimento humano, aguardando, no entanto, as autorizações burocráticas.
“Nós tratamos das doenças que afetam tanto o coração como o pulmão, trabalhamos também com a técnica que é do diagnostico e terapêutica […] e sabemos como é que são os órgãos principais do corpo, então fazemos tudo um pouco”, disse a cardiopneumologista em entrevista à RSTP.
Azenayda Aurélio, tem 29 anos e concluiu a formação de cardiopneumologista (2019 – 2024) há cerca de seis meses, na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha portuguesa, em Lisboa, e estagiou em 6 hospitais em Portugal, nomeadamente, Hospital da Luz, Hospital CUF, Hospital Garcia de Horta, Hospital de Vila Franca de Xira e Hospital Cruz Vermelha.
Disse que regressou à São Tomé e Príncipe “para contribuir no que for necessário”, admitindo que “os equipamentos de cardiopneumologia são muito caros”, podem ser adquiridos se houver boa vontade.
“Eu acredito que tudo é possível”, declarou.
Até bem pouco tempo São Tomé e Príncipe tinha apenas uma médica cardiologista para mais de 200 mil habitantes.
A cardiopneumologista adiantou que atualmente “as doenças cardiovasculares e pulmonares estão a ocupar os primeiros lugares de doenças mais comuns do mundo”, tendo sublinhado que em São Tomé e Príncipe, um país em via de desenvolvimento, “é necessário ter muita atenção” para que “estas doenças não sejam um grande problema” para a sociedade são-tomense.
“Eu estando cá como cardiopneumologista, venho trazer este conhecimento ou essa novidade para o nosso povo que tanto precisa”, vincou.

Além de ser licenciada em cardiopneumologia, Azenayda Aurélio também fez curso técnico superior no Instituto Politécnico de Guarda (2017 – 2019) em gerontologia, a ciência que estuda o envelhecimento humano, desde as alterações físicas, mentais e sociais que ocorrem nessa fase da vida.
“Nós temos de ver que o idoso é uma pessoa frágil, dependente e que precisa de meios de cuidados de saúde básicos, então, o gerontólogo ele vai agir como responsável para cuidar de tudo, em termos de sentimento, capacidade física, trazendo exercícios e outras atividades, tudo para que o idoso tenha uma velhice bonita e saudável”, declarou.
Azenayda Aurélio referiu que entrou para o curso de gerontologia, com o objetivo de “preparar para a área da saúde” e aprender mais sobre as pessoas idosas.
“É uma geração que não se dá muito valor, infelizmente, então é bom saber que existem cursos específicos que nos preparam para lidar com essas populações, mesmo sendo jovens, temos que ter a capacidade de lidar com as pessoas de mais idade e cuidar da saúde delas e o seu bem-estar”, vincou.

A cardiopneumologista são-tomense considerou que a situação da saúde em São Tomé e Príncipe “é um pouco difícil”, mas prometeu trabalhar com outros profissionais para a “promoção da saúde” no país em diversas formas através de “meios de comunicação, trabalho voluntários” e outros projetos.
“Principalmente a informação de como prevenir as doenças cardiovasculares e pulmonares, como tratar e saber que se porventura a pessoa já tiver essas doenças [informá-las] de como tratar e saber que existe cá profissionais de saúde para ajudar e também aconselhar as pessoas a terem mais atenção, a fazer rastreio e que tem pessoas cá para executar esses trabalhos”, ressaltou.

A cardiopneumologista e gerontóloga são-tomense, Azenayda Aurélio revelou que já deu entrada de alguns documentos para instituições ligadas a saúde em São Tomé e Príncipe para começar a trabalhar, mas enquanto aguarda a resposta, garantiu que vai realizar projetos pessoais, de forma a colaborar positivamente para promover a saúde e o bem-estar das pessoas no país.
