O músico gospel são-tomense, Bonfim Fernandes celebra em 2025, os 10 anos de carreira musical distinguindo-se como um dos principais promotores da música gospel em São Tomé e Príncipe, numa altura em que prepara novo o seu terceiro álbum com 12 faixas musicais para “levar os corações à presença de Deus” e “mostrar a pessoa Jesus na música”.
“Quando faço música, a minha expetativa é levar os corações à presença de Deus, mostrar a pessoa Jesus na música. Não penso muito em meu nome, porque quem deve ser glorificado é Deus”, disse o artista em entrevista à RSTP.
Admitindo que “a conjuntura económica” não o permite ir mais longe, Bonfim Fernandes prometeu que está a trabalhar “para que este novo álbum possa superar os outros já feitos”, demonstrando o seu crescimento na música.
O artista gospel reconheceu que há muitos desafios no mercado são-tomense, sobretudo relacionado às músicas cristãs, mas garantiu que apesar das dificuldades vai continuar a trabalhar para presentear o público com os seus trabalhos e glorificar o nome de Deus.
“Meu desejo é que esse povo tenha mais alegria, e não existe nada melhor que ter música no coração da sociedade [porque] a música tem um papel muito importante quando a letra é positiva. Quando também a letra é negativa ela terá outro impacto na sociedade. Eu acredito que o meu trabalho é levar música positiva”, declarou.
No ano em que celebra 10 anos de carreira, Bonfim Fernandes mostrou-se otimista quanto ao futuro da música gospel em São Tomé e Príncipe.
“O meu trabalho está a despertar muita gente. Alguém me despertou que é a irmã Isla Sacramento e eu também estou a trabalhar para despertar outros talentos. Existem muitas pessoas que cantam, e cantam muito bem e têm grandes inspirações e letras para cantar, mas é necessário terem coragem e serem determinados”, vincou.
“Eu creio que em nome de Jesus vai levantar muitos cantores gospel e quando isso acontecer, São Tomé e Príncipe vai viver um momento nunca visto, porque a música gospel é atrair a gloria de Deus e a presença de Deus para uma nação”, declarou o artista são-tomense.
No entanto, Fernandes lamentou a falta de apoio por parte de muitas instituições.
“Eu já recorri há muitas instituições aqui que dizem que a música de igreja eles não [apoiam], mas não estou a cantar para promover o nome da igreja ´A ou B`, estou a cantar para promover o nome do criador”, disse.
“Já tirei dinheiro da minha casa várias vezes para gravar música […], mas eu faço porque, por mais dificuldade que eu passe, há uma chama que arde em mim que é o amor por aquilo que eu faço, e o amor supera todas as dificuldades e aqui em São Tomé pode ser que posteriormente, poderá ter pessoas ou instituições que poderá apoiar os futuros cantores que hão de vir”, acrescentou.

Bonfim Fernandes já realizou vários festivais gospel no país, com destaque para o último realizado em 2023 que contou com a presença da cantora gospel angolana, Irmã Sofia. Para este ano, o artista manifestou o desejou de organizar mais um evento gospel no arquipélago, que vai culminar com o lançamento do seu terceiro álbum, visando contribuir para a união da comunidade cristã em São Tomé e Príncipe.
o músico começou a cantar desde muito cedo ao interpretar as músicas de outros cantores, principalmente estrangeiros, e quando converteu ao cristianismo, mudou o estilo para sacra, música cristã com objetivo de glorificar a Deus e até então, tem sido uma das vozes principais no mundo gospel em São Tomé e Príncipe.
Em 2014, lançou o primeiro álbum intitulado “Descansa no Senhor” e três anos depois (2017), lançou o segundo denominado “Txila Ucu Fô Ké de Dêçu”, (Tire o lixo da casa de Deus”, em português), com 14 faixas musicais.
