A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em São Tomé e Príncipe, está a desenvolver uma estratégia denominada “São Tomé e Príncipe 100% Bio”, com o objetivo de promover uma transição acelerada para sistemas de produção agroecológicos e orgânicos no país, utilizando uma abordagem territorial.
“Dizer que São Tomé e Príncipe é um país biológico, não é uma ficção, não é uma utopia, o que é importante é que essa comida biológica não seja apenas para exportação e que os são-tomenses comam produtos de pior qualidade. O que é importante é que os hortícolas, como mandioca, a matabala, o tomate que se comem em São Tomé sejam acessíveis e também proporcionem saúde aos são-tomenses”, afirmou o Consultor da FAO em São Tomé e Príncipe, Francisco Sarmento.
A iniciativa também visa acelerar a transformação estrutural da agricultura e do desenvolvimento rural sustentável com o objetivo de erradicar a pobreza, bem como à fome e a subnutrição em todas as suas formas.
“Esta questão da importância da alimentação no contexto da preservação dos recursos naturais é a nossa preocupação e também a sustentabilidade e a viabilidade dos agricultores de menor dimensão que são a maioria de agricultores de São Tomé e que não podem nem devem ser prejudicados por legislações do ponto de vista ambiental que trate todos os agricultores como iguais”, precisou Sarmento.
“Porque a relação desses agricultores o meio ambiente e com os recursos naturais é diferente em função das suas caraterísticas, logo é preciso estabelecer políticas que tenham em atenção as diferenças entre as diferentes tipologias de agricultores nesta matéria”, acrescentou o Consultor da FAO.
Para o efeito, a FAO em parceria com Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca realizou este ateliê de Discussão e Validação do Diagnostico dos Sistemas agrícolas para produção 100% orgânica, no quadro do projeto “Apoio à Implementação da Iniciativa Mão na Mão”, adotada pela organização em 2019.
“Esta ação […] é considerada pelo Governo como uma ação pertinente e atualizada, pois a mesma está alinhada com as políticas e estratégias definidas em matéria de transformação estrutural da agricultura, baseada na promoção de uma transição acelerada para o sistema de produção agroecológicas e biológicas do país”, disse o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca, Nilton Garrido.
“O nosso país passou a ser o país africano com mais área agrícola dedicada a agricultura biológica, para alem de temos conseguidos instalar no país com o apoio da FAO, a criação de um centro de competências internacional da Comunidade de Países da Língua Portuguesa para a promoção da agricultura familiar, sustentável e da agroecologia”, adiantou Garrido.
A iniciativa “São Tomé e Príncipe 100% Bio” que foi aprovada em 2023 pelo Conselho de Segurança Nutricional de São Tomé e Príncipe, encontra-se na fase de discussão, e a expetativa é que seja implementada ainda este ano.
