As autoridades nacionais realizaram recentemente uma sessão de consulta pública sobre o projeto de Acesso à Energia Limpa e Sustentável, no valor de 60,7 milhões de dólares que vai permitir a instalação de uma central fotovoltaica numa área de 25 hectáres de terras, na zona de Água Casada.
O projeto lançado há um ano, é co-financiado pelo Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento e o Japão, e prevê a conclusão da central dentro de três anos.
Segundo o representante da Agência Fiduciária de Administração de Projectos (AFAP) a central fotovoltaica terá “uma capacidade de produção de aproximadamente 15 megawatts de energia” para ajudar “na redução da dependência do combustível” para a produção energética.
Adilson Silva realçou a preocupação do projeto em salvaguardar os interesses das pessoas que serão afetadas diretamente pelo projeto uma vez que deverão ser realojadas, face a necessidade de se conseguir os 25 hectares de terra para a instalação do painéis solares.
“Existe uma comunidade localizada ali, onde vivem, tem a sua vida, onde aproveitam aquela terra para a sua produção agrícola, […] a água casada é uma zona que tradicionalmente onde produzem aguardente, existem fábricas de água ardente, portanto, uma boa parte dessa comunidade, essas pessoas vão ser afetadas”, sublinhou.
“A Água Casada é uma área bastante grande, extensa, vamos ocupar 25 hectares para já. As pessoas vão perder os seus hectares […] vão ser transportadas para outro lado, mas mesmo a Água Casada, próximo ao local onde residem, em que nós vamos tentar melhorar ainda mais a condição de vida dessas pessoas”, acrescentou .
O Representante Agência Fiduciária e de Administração de Projectos Adilson Silva, disse que ,a população está disponível a colaborar com o projeto, destacando ainda que, embora haja algumas mudanças, o impacto negativo será minimizado.
“Eu acho que toda a população está disponível para colaborar e dar o seu melhor para que possamos ter uma energia com melhor qualidade no nosso futuro, então, têm muitos que colaboram bastante”, afirmou.
“Uma boa parte da população que vive ali vive muito de produção de cana-de-açúcar, para a produção de aguardente. Como sabemos, eles vão perder isso. Nós vamos compensá-los, é uma questão de negociação”,concluiu.
A estabilização energética tem sido um dos principais desafios para STP, sendo apontada como uma das principais prioridades para o Governo e os parceiros internacionais, nomeadamente, o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento.