O conceituado músico e compositor são-tomense, Filipe Santo pretende diversificar o seu estilo musical com aposta em ritmos mais contemporâneas, mas prometeu manter a sua essência projectando a identidade musical de São Tomé e Príncipe nos palcos internacionais.
“Tenho algumas coisas em forjas, tenho alguns projetos já apresentados, e quero dar continuidade àquilo que gosto de fazer, mas agora acho que vou trazer alguma modificação […] na verdade eu canto também kizomba. Não sou um músico limitado apenas a um género”, disse o artista em entrevista à RSTP.
“Vou fazer algumas coisas para discoteca, vou também fazer outras coisas mais surreais e tenho temas que são muito contemporâneos, mas, o que faz valer nestes temas é a essência, a base rítmica”, acrescentou.
Filipe Santo prometeu manter a sua essência para que ao escutar seja possível identificar os estilos tradicionais tocados e cantados por ele, nomeadamente a rumba, ‘deixa’, socopé, quiná ou outros..
“Tento esticar mais os meus tentáculos para coisas mais universal, mas eu tenho que respeitar a base e tenho que ser identificado com a minha terra”, acrescentou.
Filipe Santo que está em São Tomé para alguns projetos e eventos, e vai atuar no dia 22 de março, no Museu Nacional, num concerto intimista e aberto ao público.
Além disso, o artista está inserido no programa de promoção para Expo Japão 2025, um evento organizado pelo Bureau International des Expositions (BIE), que será realizado em Osaka, Japão de 13 de abril a 13 de outubro de 2025, onde São Tomé e Príncipe estará presente com as ricas tradições culturais nacionais.
Filipe Santo é um dos mais conceituados músicos e compositores de São Tomé e Príncipe, reconhecido pela sua notável contribuição para a música nacional, tanto como intérprete como produtor musical.
Nascido em Madalena, a 5 de janeiro de 1959, Filipe iniciou a sua carreira musical na Ilha do Príncipe, onde integrou a banda África Verde. Posteriormente, fez parte de grupos como Tropic Som e Os Leonenses, destacando-se como guitarrista, compositor e intérprete. A sua sonoridade inconfundível e a capacidade de compor melodias cativantes rapidamente o afirmaram como uma das maiores referências da música são-tomense.
Em 2002, Filipe Santo lançou o seu primeiro álbum a solo, “MUSA”, produzido pela Equasom. O sucesso do disco levou-o a atuar em diversos países, incluindo Portugal, França, Alemanha, Tunísia, Brasil, Espanha, Suíça e Itália, promovendo a música são-tomense junto de audiências internacionais.
Em 2015, lançou o seu segundo álbum, “Lagaia”, uma obra que reafirmou a sua excelência artística e contou com a participação de conceituados músicos africanos. Este trabalho foi amplamente elogiado e valeu-lhe o prémio de Melhor Álbum na segunda edição dos STP Music Awards, em 2016.
Para além do seu percurso como intérprete e compositor, Filipe Santo desempenha um papel fundamental enquanto produtor musical, sendo responsável pela produção de diversos artistas são-tomenses.
