Cerca de 80% das escolas básicas em São Tomé e Príncipe não têm infraestruturas desportivas, facto que têm condicionado o desenvolvimento do desporto escolar no arquipélago, segundo o coordenador do desporto escolar, Jaylson Carvalho, que destacou evolução na capacitação de professores para as atividades desportivas.
“De primeira a sexta classe, grande parte destas escolas não têm infraestruturas desportivas. Já no ensino secundário, podemos dizer que um número significativo, têm infraestruturas desportivas, nós temos o Liceu Nacional, no MMM, Neves, Santa Catarina, todas elas têm pelo menos um pavilhão ou campo desportivo, mas temos de ser francos que há muitas escolas que ainda não têm infraestruturas desportivas”, disse o coordenador do desporto escolar em São Tomé e Príncipe.
Jaylson Carvalho afirmou que o desenvolvimento do desporto escolar no país depende das infraestruturas, assegurando que “sem as infraestruturas ficaria difícil a realização das atividades desportivas nas escolas”.
“Embora, os professores vêm fazendo alguns esforços, os alunos e a toda comunidade educativa também colaboram. Felizmente, nos últimos tempos tem se visto a intenção, sobretudo do Governo, de construir uma escola e implementar ali um espaço desportivo, prova disso, nós temos o liceu de MMM, Mé Xinhô, escola de Mestre António que tem lá um campo desportivo, reabilitou-se o ginásio do Liceu Nacional, então tem havido algumas iniciativas, mas está muito aquém das expetativas, queremos muito mais escolas”, vincou Carvalho.
“Se possível, todas as escolas ao nível nacional, quer o ensino básico, secundário ou mesmo ao nível universitário, deveria ter uma instalação desportiva, o que não condiz com a realidade atual”, acrescentou.

Relativamente a capacitação dos professores quanto ao desporto escolar no país, Jaylson Carvalho assegurou que há alguma dificuldade, mas enalteceu que esta é uma barreira que tem sido ultrapassada.
“Temos sabido melhorar pouco a pouco, outrora, se pudéssemos ir para a escola e fazer um inquérito, podíamos ver que muitos professores não tinham uma formação especifica, mas hoje, com a nova política do Ministério da Educação, tem havido professores formados na área de educação física, não tanto quanto nós desejaríamos, mas com a inclusão do curso de educação física no ISEC, então tem ajudado a melhorar essa situação, mas ainda assim carecemos de quadros, particularmente para o desporto escolar”, afirmou.
“Porque a educação física, ela é transversal, tem um foco muito mais pedagógico, mas o desporto escolar precisa de mais inovações e por aí fora, então posso afirmar que há necessidade de melhoria de recursos humanos, embora tem havido algum desenvolvimento, mas continuamos com carências”, completou.
Em meados deste mês, cerca de 50 professores de educação física e treinadores de futebol de São Tomé e Príncipe foram capacitados no curso de “Reforço de Capacidades” para a implementação do desporto escolar no arquipélago, promovido pela FIFA, através da FSF e o Ministério da Educação.
Em 2017, foi criado um Gabinete de Coordenação do Desporto Escolar, que está sob a tutela do Ministério da Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior, com o objetivo de dinamizar a prática desportiva no país.
Em 2018, passou a ser membro da Federação Internacional do Desporto Escolar, juntamente com Cabo Verde, que neste momento são os únicos ao nível dos PALOP´s, que fazem parte desta organização internacional.
