O Governo são-tomense e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), validaram na quarta-feira, 16 de abril, a Análise de Paisagem Climática para Crianças (CLAC) e o Plano de Ação Climática 2025-2029, com ações para integrar a proteção infantil nas políticas climáticas nacionais.
Os documentos foram validados durante o workshop, realizado no hotel Praia, em São Tomé.
“São Tomé e Príncipe como uma nação insular, com 61% da população composta por crianças e jovens, com menos de 24 anos, enfrenta desafios climáticos que ameaçam diretamente o presente e o futuro das suas comunidades. A elevação do nível do mar, a erosão costeira e a insegurança alimentar, não são mais que apenas que ameaças futuras, mas realidades que hoje exigem ações urgentes e coordenadas”, disse a representante do UNICEF em São Tomé e Príncipe, Debora Nandja.
Segundo a representante do UNICEF, estes documentos oferecem um diagnóstico profundo sobre os desafios e as oportunidades de uma resposta climática eficaz.
“O plano de ação 2025-2029 emerge como um compromisso ético e intergeracional com objetivos claros, voltados para integrar a proteção infantil nas políticas climáticas nacionais, fortalecer a resiliência dos serviços essenciais, garantir que a vontade das crianças e dos adolescentes seja valorizada e promover uma abordagem colaborativa e sustentável”, afirmou Debora Nandja.

O evento foi presidido pela ministra do Ambiente, que alertou para os riscos das mudanças climáticas, que afetam diretamente a saúde, educação e o bem-estar das crianças, adolescentes e jovens em todo o mundo, principalmente em São Tomé e Príncipe.
“Os pequenos estados insulares em desenvolvimento são dos mais vulneráveis às alterações climáticas, enfrentando a subida do nível do mar, o aumento dos fenómenos meteorológicos extremos, perturbações económicas significativas”, vincou a ministra.
“São Tomé e Príncipe possui especificidade e peculiaridades que o torna altamente vulnerável às mudanças climáticas. As nossas populações já têm sofrido com fenómenos meteorológicos extremos, secas prolongadas, onda de calor, inundações e estacões agrícolas imprevisíveis que ameaçam a segurança alimentar, os recursos hídricos, os meios de subsistências e comprometem as iniciativas de desenvolvimento destinadas a aliviar a pobreza e proporcionar o desenvolvimento sustentável e a construção de uma nação mais resiliente”, acrescentou Nilda da Mata.
A ministra adiantou ainda outros impactos negativos na vida das crianças, apontando-as como as mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, especialmente as que vivem em comunidades com baixo rendimento, de acordo com os dados do UNICEF.
“As alterações climáticas e a degradação ambiental expõem as crianças a um maior risco de doenças potencialmente fatais e as tornam mais suscetíveis aos efeitos nocivos da poluição atmosférica”, afirmou a governante.

Os documentos agora validados constituem ferramentas práticas para planificação, mobilização de recursos e implementação de medidas estruturais com impacto direto nas comunidades mais vulneráveis.
