O projeto “Banco de Leite de São Tomé e Príncipe”, nasceu há 15 anos no país, e tem apoiado centenas de crianças mais desfavorecidas ao nível do arquipélago, através de doações, como géneros alimentícios, medicamentos e outros bens, tendo colocado em São Tomé no ano passado (2024) mais de duzentas toneladas de comidas e medicamentos, para apoiar os que mais necessitam.
“Descarregamos a pouco tempo 14 paletes de um metro e vinte de altura com medicamentos, tudo devidamente certificado pelo Infarmed, pelas autoridades sanitárias portuguesas, com conhecimento das autoridades locais”, disse o mentor do projeto, Frei Fernando Ventura, em entrevista à RSTP.
Segundo o responsável, o projeto cobre todas as áreas, e surgiu no contexto de uma emergência, quando pela primeira vez chegou ao país ao convite do então Bispo de São Tomé.
“Naquela noite que estivemos em conversa, ele estava em pânico, porque só havia leite para três semanas no orfanato, a Casa dos Pequeninos, e foi nessa noite que saiu a ideia do banco de leite, e no dia seguinte, iniciou-se o projeto na construção de um novo orfanato, a Casa dos Pequeninos, que está construída graças a Cooperação Portuguesa, mas o pontapé de saída digamos foi dado por nós e temos feito os possíveis ao longo destes 15 anos”, explicou.
“São 15 anos de milagres constantes e de dizer cada dia, obrigado há tanta gente que nunca esteve em São Tomé e que se calhar nunca virá à São Tomé, e são esses os destinatários do agradecimento. Já andei por todo o lado e recebo palmas que não mereço, eu não faço mais do que canalizar aquilo que me dão”, acrescentou.
O responsável garantiu que durante os 15 anos, o projeto tem vindo a crescer em termos de donativos, mas, as dificuldades também têm sido enormes.
“Tanto em São Tomé, como qualquer país do mundo, as crianças não devem crescer sem leite. Não fazemos chegar só leite, fazemos chegar papa, fazemos chegar alimentação infantil em geral que também usamos muito com algum dos nossos idosos, porque nós todos vamos chegar a uma idade que precisamos voltar quase as papas que tínhamos quando erámos criança”, assegurou.
