O cidadão são-tomense, Catarino Vaz residente no Plano de Água Izé, disse que foi baleado na perna esquerda em julho do ano passado, por agente da Polícia Nacional, após ser confundido com o recluso Kaicha, que na altura havia fugido da cadeia central e estava a ser procurado pelas autoridades.
Segundo a vítima, tudo terá acontecido quando saia do trabalho para a sua residência.
“Eu não sabia que havia operação para pegar Kaicha em Água Izé, então eu saí do trabalho e passei da praia de Água Izé para ir à sede, quando os policiais da cadeia central me avistaram na praia, dois agentes da polícia vieram e disseram para eu deitar, e eu não deitei porque não fiz nada, e insistiram a dizer para eu deitar, depois começaram a disparar contra mim”, relatou à RSTP Catarino Vaz.

O cidadão conta que foi um momento triste e assustador para si, mas que Graças a Deus, o pior não aconteceu.
“[Eles] dispararam seis ou mais tiros contra mim. Objetivo era dar tiro nos pés e mandar-me deitar, e se eu deitava no momento eu morria, e quando um tiro me apanhou nos pés, eu gritei, eu não sou Kaicha, eu não sou Kaicha, eu não sou Kaicha, depois outro [agente] tentou recordar e viu que não sou Kaicha, e já tinha apanhado uma bala nos pés, então eles mandaram-me deitar, eu deitei depois que eles pararam de disparar”, contou.
“Quando outros agentes da polícia ouviram disparos, que abalou a zona, todos vieram ao nosso encontro, achando que eles já mataram Kaicha, chegaram e encontraram-me deitado, outro veio e deu-me pontapé na mesma perna onde fui baleado e mandou-me entrar água salgada outra vez, naquela noite”, acrescentou Catarino Vaz.
Após isso, a vítima disse que recorreu às autoridades judiciais, mas até ao momento, nada foi feito.
“Eu fui para a cadeia central, apresentei-me e muitos ficaram a me conhecer, porque já era de dia […], pensei que iam ter alguma consideração, eles só me deram dinheiro para pagar carro e disseram que não tem mais nada a fazer”, adiantou.

A vítima diz que não conseguiu reconhecer o agente, mas espera que o caso seja esclarecido e que haja responsabilização.
A RSTP tentou entrar em contacto com a Policia Nacional para apurar os factos, mas sem sucesso.
