A jovem Dianne Bom Jesus, de 20 anos, teve a perna direita amputada em consequência de maus tratos da sua madrasta quando vivia no Gabão, e hoje, frequentando 0 11º ano, quer ajuda para adquirir uma prótese para facilitar a sua locomoção porque continua com alguns problemas de saúde.
Segundo Dianne Bom Jesus, tudo começou quando era mais nova e urinou na cama, o que a madrasta não gostou e de castigou por isso.
“Ela passou um produto de cabelo na barriga do meu pé, depois colocou-me um macacão. Aquilo começou a inflamar. Quando meu pai chegou, perguntou o que tinha acontecido, minha madrasta disse que, se eu falasse, ela ia me matar, e eu não falei”, relatou Dianne.
“Comecei a andar manquejando, até que meu pai perguntou por que eu estava andando assim. Depois, o senhor tirou a macacão e encontrou a perna toda inflamada”, acrescentou.
Além disso, Dianne conta que a madrasta também lhe feriu a cabeça e a nádega, facto que deu início ao desentimento e conflitos entre seu pai e a madrasta que acabou por fugir do lar.
“Depois disso, eu fui internada, e o doutor disse que não era só isso que tinha acontecido. Ela bateu tanto em mim que eu comecei a defecar fezes pretas”, acrescentou.
Os maus tratos trouxeram vários problemas à Dianne, sobretudo às suas pernas.
“Lá no Gabão não tiveram como amputar, disseram que o pé ainda estava bom. Quando eu vim para São Tomé, o pé estava muito magro. O médico disse que, se não amputasse eu iria morrer”, relatou.
Segundo a jovem, o seu pai não quis que lhe amputassem a perna porque ele queria leva-la à Potugal para ser tratada, “porque tinha fé que esse pé ia melhorar”.
No entanto, a amputação da perna direita acabou por ser inevitável quando já se encontrava em São Tomé.
“Como eu que tenho minha dor eu disse doutor Pascoal para cortar porque, não vou conseguir com este pé mais. Daí doutor Pascoal cortou a perna”, disse.
Dianne diz que depois disso a sua situação agravou-se porque o pai não gostou e deixou de lhe apoiar e também não tinha apoio da mãe. Atualmente a jovem deficiente vive com uma pessoa que considera como tia e a única família.

“Minha mãe está no Gabão. Disse que saiu de casa por maltrato do meu pai, por isso saiu de casa. Ela não teve interesse de entrar em contato comigo. Meu pai teve contato comigo, depois de ter conflito entre eu e minha tia [com quem vivia antes], o senhor não ligou mais para mim”, relatou Dianne.
Agora já aos 20 anos, Dianne quer melhorar a sua a mobilidade e apela por ajudar .
“Eu gostaria que mim ajudasse a realizar o meu sonho [..] ter uma perna para poder andar como todos”,sublinhou.
A jovem Dianne Bom Jesus é estudante do décimo primeiro ano e conta que tem tido dificuldades na aquisição de materiais escolares, e a falta de uma perna tem lhe trazido várias dificuldades na mobilidade, sobretudo para a escola.

“Quando eu tenho dinheiro eu posso pagar moto, quando eu não tenho vou andando. Meu professor manda comprar folheto eu não tenho aquele dinheiro para comprar“, disse.
Sem esconder a esperança de melhorar a sua qualidade de vida ,Dianne lança um apelo.
“Quem quiser ajudar pode ajudar, o que estou a precisar mesmo é de uma prótese porque quando ando faço muito esforço osso começa a doer-me “, apelou.
Com o maior sonho de voltar a andar com duas pernas de apoio, implica a aquisição uma perna biônica ou prótese de tecnologia avançada que exigiria um investimento elevado.