A Costa do Marfim vai acolher entre os dias 26 e 30 de maio, a 60.ª Reunião do Conselho de Governadores do Banco Africano de Desenvolvimento e a 51.ª Reunião do Conselho de Governadores do Fundo Africano de Desenvolvimento, onde estima-se a presença de mais de 6 mil delegados, provenientes de vários países do continente africano.
Dentre os participantes, destacam-se os chefes de estado e de governo africanos, ministros das finanças, governadores de bancos centrais, parceiros de desenvolvimento, representantes do sector privado, líderes da sociedade civil, académicos, grupos de reflexão e líderes de opinião, ONGs e outras partes interessadas, num evento que vai decorrer sob o lema “Usar o capital de África para potenciar o seu desenvolvimento”.
“Este tema permitirá ao Banco trabalhar com os países membros regionais para identificar oportunidades e implementar políticas específicas para fazer do capital de África (capital humano, natural, financeiro e empresarial) o principal motor da transformação estrutural e da transição para economias mais inclusivas, mais ecológicas e mais resilientes nas próximas décadas, ao mesmo tempo que alavanca os fluxos de capital externo de diversas parcerias para complementar as necessidades de financiamento do desenvolvimento de África”, refere a organização, numa nota em que a RSTP teve acesso.
“As reuniões incluirão também debates sobre fatores transversais, como a transformação digital, o reforço institucional e a boa governação. Esta abordagem holística está alinhada com a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Acordo de Paris sobre o Clima, a Agenda 2063 da União Africana e os High 5s do Grupo Banco” na qual “exigem uma mobilização inteligente e medidas estratégicas para melhorar a rentabilidade do capital do continente em todos os sectores da economia”, adianta.
Para a organização do evento “as atuais práticas de desenvolvimento em África e no mundo, incluindo a arquitetura financeira global em que operam as economias africanas, deixaram o continente num inaceitável círculo vicioso de pobreza, uma situação em que o elevado custo do capital e a sua aplicação em setores de baixa produtividade conduzem a baixos rendimentos do investimento e a outras formas de fragilidade económica, social e ambiental”.
“A fraca capacidade do Estado para obter receitas suficientes significa que muitos países africanos têm pouco espaço orçamental para satisfazer as necessidades básicas dos seus cidadãos, perpetuando a pobreza e a desigualdade”, apontou.
“Estes fatores mergulham os países numa dívida insustentável, com os governos a contraírem empréstimos, muitas vezes a custos elevados, para colmatar o crescente défice de financiamento. Esta situação exacerbou a vulnerabilidade da dívida em todo o continente”, acrescentou.
Durante os encontros, esperam-se debater diversas questões, como forma de potenciar o desenvolvimento do continente africano. Mais informações em: https://am.afdb.org