São Tomé e Príncipe acolhe de 19 a 22 de maio o Fórum sobre a Conservação da Biodiversidade do Golfo da Guiné que coloca a ciência e o conhecimento no centro da luta pela preservação do património natural, numa altura em que o Governo que que o São Tomé e Príncipe seja o primeiro país no mundo a ter todo o seu território reconhecido como reserva da biosfera.
“Transformamos este palco num espaço de diálogo e reflexão e sobretudo de compromisso renovado com a proteção do nosso património natural”, afirmou a ministra do Ambiente, Nilda da Mata.
Durante o evento promovido no âmbito das celebrações do Dia Internacional da Biodiversidade, que se assinala a 22 de maio, o Governo exaltou grande expectativa quanto à aprovação da candidatura da ilha de São Tomé ao estatuto de Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO somando-se a ilha do Príncipe que é reserva da Unesco desde 2012.
“Estamos a avançar com firmeza a candidatura de Ilha de São Tomé ao estatuto da Reserva da Biosfera (da UNESCO) de modo que seremos o primeiro país do mundo a ter [todo] o seu território reconhecido como Reserva da Biosfera. Um feito histórico irrevogável que levará o prestigio internacional de São Tomé e Príncipe que consolidará o arquipélago como uma jóia de biodiversidade em África”, sublinhou a ministra do Ambiente.
Na cerimónia de abertura deste evento foram lançados dois livros, nomeadamente “A Biodiversidade de Ilhas Oceânicas do Golfo da Guiné” e o “Livro Vermelho das espécies endémicas de STP” que dão destaque às espécies endémicas das três ilhas do Golfo da Guiné, realçando a riqueza única da biodiversidade local.

[A Biodiversidade de Ilhas Oceânicas do Golfo da Guiné] É um livro em português que compila a informação que nós temos atualmente sobre a biodiversidade da Ilha do Príncipe, de São Tomé e de Ano Bom”, disse o Investigador da Associação Bióloga Pólis da Universidade Porto, Luís Ciríaco.

A publicação representa a compilação de mais de duzentos anos de estudo sobre a biodiversidade das ilhas da região do Golfo da Guiné.
“Nós queremos que ele seja uma ferramenta para as instituições, os investigadores, para os estudantes, para os conservacionistas, para os governos, para que tenham informação sobre a biodiversidade destas ilhas de forma científica”, acrescentou o investigador.

As obras resultam de um trabalho de 87 autores de 14 nacionalidades.
“Nós estudamos e atualizamos com a nossa informação tudo que foi possível atualizar, analisando os dados destas recolhas todas deste investigadores e isso vai permitir escolhas corretas de projetos de investigação (…) e vai permitir também tomadas de decisões correta por parte de decisores políticos”, refeiur a Investigadora do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, Maria do Céu.
O governo representado pela ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável, apontou alguns desafios na luta pela preservação e conservação da biodiversidade do arquipélago.

“As decisões desta década determinarão se conseguiremos manter as condições ambientais que sustentam a vida humana. A inação pode transformar nossos ecossistemas em realidades instáveis comprometendo o bem estar das gerações presentes e futuras”, disse a ministra do Ambiente.
Nilda da Mata conscientizou a comunidade de que “proteger a biodiversidade não é uma opção”, mas é a responsabilidade e legado de todos.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em São Tomé e Príncipe tem promovido a proteção e valorização da biodiversidade do arquipélago através de várias ações, nomeadamente “o reforço das capacidades nacionais” consonância com a agenda 2030.
“No âmbito do projeto Liqueza Nón, o PNUD apoiou o governo na revisão do quadro regulamentar do setor ambiental e na revisão dos 10 anos biosfera da Ilha do Príncipe”, afirmou a representante do PNUD em São Tomé e Príncipe.
