A Associação Somos Mais promoveu na quinta-feira, 21, uma palestra com os estudantes e docentes da Universidade de São Tomé e Príncipe, com o objetivo de fortalecer a liderança juvenil e fomentar a cidadania ativa e igualitária no país.
“Nós nos disponibilizamos este desafio para conversar com a juventude. Não [podemos] ficar só a espera que nos deem essa oportunidade, mas aproveitar a oportunidade que nos são dadas”, disse o representante da organização, Paulo Cassandra.
“Acredito que, sendo nós a maior parte da população, precisamos de mais representatividade, e quando eu digo representatividade, nem sempre isso depende de nós, os jovens como autores, mas daqueles que detêm os lugares de decisão e que podem realmente convocar e chamar jovens a fazerem parte da mesa de tomada de decisões”, acrescentou.
Foram debatidos vários temas dedicados a juventude e o empoderamento, visando inspirar e reforçar o papel dos jovens como protagonistas do presente e do futuro, promovendo a participação social e política, criando espaços onde os jovens possam expressar as suas opiniões e participar ativamente dos processos de tomadas de decisão.
“Precisamos de espaços como estes, de diálogos entre os jovens, e nós escolhemos este espaço por ser uma universidade onde alberga a grande maioria da juventude para começarmos este diálogo e posteriormente irmos para as comunidades para colhermos a sensibilidade, saber o que os jovens pensam, o que eles almejam dos nossos políticos, deles próprios e para a sociedade”, disse Edneusa Joaquim, uma das palestrantes.
O presidente da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe, mostrou-se preocupado com a “má formação da juventude” relativamente as mulheres na sociedade.
“Deixa-me preocupado também, porque estes jovens têm toda sua formação de berço. São as mulheres que formam, são as suas mães, tias, avós, mas o pensamento que entram na universidade que hoje podemos presenciar, leva-nos a preocupar, como é que temos tantas instituições […] que têm o papel de poder formar um cidadão, educar, permitiu que os jovens têm um pensamento que podemos dizer, retrógrado”, precisou Jeudiger do Nascimento.
Maura Silva, uma das estudantes da Faculdade de Ciecias e Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe, apelou por mais união das mulheres para a promoção da liderança feminista no país.
“As mulheres provavelmente têm que ser unidas, porque nós podemos ver em muitos casos, são mais os homens que falam mais das mulheres do que as próprias mulheres. Se nós unirmos, podemos conseguir”, defendeu a estudante.
A atividade que decorreu sob o lema “juventude, liderança e igualdade”, enquadra-se no âmbito da Semana Académica que decorre de 19 a 23 de maio em São Tomé e Príncipe.
