Em declarações partilhadas nas redes sociais, Patrice Trovoada destacou a importância do evento como plataforma de diálogo estratégico e reforçou a necessidade de África se libertar de uma visão centrada nas suas fragilidades. “África não pode continuar a ser definida pelas suas carências. É tempo de construir um novo paradigma, assente nas nossas possibilidades, recursos e talentos”, afirmou.
Um dos principais momentos da conferência foi o lançamento do Roteiro de Rabat sobre o Financiamento do Crescimento e a Transição Energética, considerado por Trovoada como uma “plataforma pragmática e coordenada”, que propõe soluções concretas para financiar a transição energética, acelerar a digitalização, reforçar a capacitação institucional e fomentar parcerias sustentáveis.

O ex-chefe do governo são-tomense sublinhou ainda a urgência de África contar com “líderes com coragem reformista, visão estratégica e sentido de urgência”, defendendo a necessidade de Estados fortes, democráticos e capazes de planear a longo prazo, investir na juventude e descentralizar com eficácia.
O ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada elogiou a trajectória de Marrocos, país anfitrião da conferência, destacando o seu investimento em energias renováveis, a aposta na diplomacia económica e o avanço na integração regional como elementos centrais de um modelo africano de desenvolvimento. Segundo Trovoada, esta abordagem pode servir de inspiração a outros países do continente, incluindo São Tomé e Príncipe, pela forma como alia estabilidade política, ambição climática e inclusão social.
No encerramento da sua intervenção, o ex-governante deixou um apelo: “Mais importante do que as ideias partilhadas é o que fazemos a seguir. África não pode continuar a ser um mercado de consumo de produtos e decisões externas. É tempo de agir.”