Feirantes exigem autorização para venda na cidade de São Tomé durante a quadra festiva de 1ºde junho

Dada a aproximação das festividades do dia das crianças, os pais que vivem desta profissão e com ela tiram o seu sustento, reclamam a falta de preocupação do estado perante as suas condições.

País -
Rádio Somos Todos Primos

Dezenas de feirantes manifestaram hoje em frente à Câmara Distrital de Água Grande exigindo a autorização para retomarem a venda nas ruas da cidade, durante a quadra festiva de 1º de junho, como afirmam ser habitual todos os anos. 

Embora o ultimato lançado pela polícia nacional em agosto do ano passado que declarou a proibição de venda nas ruas e passeios na capital do país, de acordo com estes feirantes foram-lhes dada a permissão abrindo o precedente à venda nesta semana, entretanto, foram surpreendidos nesta quarta-feira. 

“Tendo em conta que deram na rádio e televisão que vão liberar essa semana toda, então nós viemos segunda-feira sem nenhuma confusão, viemos e vendemos normalmente. Hoje quando eu chego eu apanhei um susto. Disseram que polícia não quer para gente vender”, declarou uma das feirantes.

“Somos candongueiros ambulantes e viemos reivindicar nossos direitos. Chegou momento de festa então apareceu na cidade a polícia nacional a dizer que candongueiro ambulante não pode vender no passeio, eu sou pai de família, então é a razão que estamos aqui na câmara”, explicou.

De acordo com outra das feirantes muitas famílias têm sido afetadas com este impedimento e pede ajuda do governo. “Nós queremos pelo menos na segunda-feira para tudo terminar. Nós sabemos que não estão a nos deixar vender na rua, mas as coisas estão piores. […] Eu peço a vocês, ajuda-nos”, referiu.

Dada a aproximação das festividades do dia das crianças, os pais que vivem desta profissão e com ela tiram o seu sustento, apelaram pela intervenção das autoridades.

“Eu sou candongueiro ambulante vendo na praça, tenho família, tenho cinco filhos para dar de comer. Eu cheguei na praça esta manhã com tantos comandantes, polícias que não querem nos deixar vender, então viemos também para discutirmos nossos direitos”, citou o feirante.

Uma das vendedoras referiu que anualmente nessas épocas  “todos presidentes deixam vender na rua”.

“No um de junho, natal, toda quadra festiva gente vende na rua, porque dia a dia gente sabe que polícia corre a nossa trás feito cão. Somos São-tomenses, vamos vender onde?”, disse.

“Estamos aproximar um  de junho, nem uma bata ainda comprei para minha filha, não tenho nem dez dobras para comprar um doce para levar para casa, nem pensei no jantar ainda. Hoje não tem lugar para vender, como vamos vender? Como vamos sustentar nossas crianças dia após dia”, referiu um dos feirante.

Os feirantes dizem sofrer abusos por parte dos polícias, e que a falta de emprego no país tem tirado oportunidades aos jovens.

“São Tomé não tem emprego para jovem, este pequeno negócio que estamos com ele a vender, polícia vem ainda tira e leva para outras partes, ficamos sem nada na mão”, disse a feirante. 

“Nós somos pobres, estamos à procura de um pão, não há emprego. Eu quando vim de lá fora, meti carta em todo lado para encontrar pelo menos limpeza de chão e eu não vi. Eu tenho que refugiar para rua de cidade para vir procurar um pão de cada dia para sustentar minha vida”, citou uma das feirantes. 

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