O Presidente da República, Carlos Vila Nova defendeu que está na hora de investir nas economias verde e azul em São Tomé e Príncipe e considerar as vulnerabilidades económicas e ambientais de uma nação que abriga uma ilha inteira como Patrimônio Mundial de Biodiversidade da Unesco.
O chefe de Estado falava durante uma entrevista concedida a ONU News, onde considerou que a “conquista para país de desenvolvimento médio tem que ser vista como positivo” e “encarado para que daqui para frente” o Estado são-tomense faça “mais e melhor”.
“Eu vejo esse salto como alto de sustentável e inclusivo, que deve ser feito muito acompanhado pelo setor privado que seja robusto. Um setor privado robusto que gere empregos e que depois possa ajudar a construir uma economia com sustentável, com crescimento sustentável, mas isso tem que ser alicerçado nalgum lado. E eu vejo dois alicerces principais. O primeiro alicerce que eu vejo nisto é na biodiversidade, na transição energética, e claro levando a ponto de promover a economia verde e azul”, assegurou o chefe de Estado.
Carlos Vila Nova apontou as três principais vulnerabilidades, para as quais, São Tomé e Príncipe precisa de apoios para alcançar o capital humano. Dentre elas, destacam-se as vulnerabilidades ambientai, económica e externas.
“A ambiental, com as mudanças climáticas como vê porque ela é tão abrangente, ela é tão transversal que é preciso considerá-la, cada vez, mais e mais. E ela traz a nu a dependência de São Tomé na sua capacidade de exportação com muitos poucos produtos. Ela está ligada sobretudo à agricultura e aos valores acrescentados na transformação como pequeno país que nós somos. A vulnerabilidade económica, que é o tamanho pequeno da economia, uma grande dívida e também com uma dependência grande na importação de combustíveis e de produtos alimentares”, disse.
“Essas são as tais vulnerabilidades que nós temos que trabalhar para conseguir então essa sustentabilidade e inclusiva para então desenvolver e criar um setor privado robusto. E, por último, a vulnerabilidade externa por causa das pandemias, conflitos e guerras. Pandemia porque quando aconteceu, todos os países puseram as suas fragilidades a nu. E um país como São Tomé e Príncipe que já conhecia algumas das suas com a Covid ficou ainda completamente frágil. E é possível que estejamos preparados para isso”, acrescentou.
Ainda no âmbito climático, Vila Nova afirmou que São Tomé e Príncipe chegará à Conferência sobre Mudança Climática, a COP 30, com uma demanda clara por fundos de mitigação para promover ação climática e implementar o Acordo de Paris.
“São Tomé e Príncipe é um pequeno Estado insular em vias de desenvolvimento e com todas as consequências de quem consome mais do que prejudica. Nós absorvermos e nós quase não poluímos. Nós protegemos quer no mar quer em terra. Lembrar-lhe que a Ilha do Príncipe, que é a segunda maior ilha, é um Patrimônio Mundial da Biodiversidade da Unesco há mais de 12 anos. Isso requer um esforço”, precisou o Presidente da República.
“Portanto, nas COPs, quando se diz que há fundos para mitigar, é preciso que esses fundos estejam disponíveis e acessíveis. O que não tem sido o caso, portanto, uma das coisas que vamos levar à COP é exatamente isso”, completou.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30 será a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, prevista para os dias 10 e 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém, Brasil, segundo o anúncio da ONU em 18 de maio de 2023.
