Margarida Cardoso estreia pela primeira vez em STP o filme “Banzo”

Banzo foi produzido em São Tomé no ano de 2022 e transmite um sentimento de melancolia dos contratados em relação à terra natal. Para além do Centro Cultural Português, o mesmo foi apresentado nas roças de Diogo Vaz e Água-Izé.

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Rádio Somos Todos Primos

A realizadora Margarida Cardoso, apresentou pela primeira vez em São Tomé e Príncipe no Centro Cultural Português o filme “Banzo”, que retrata a vida dos contratados, que acabaram por ser escravizados. Uma história que junta a determinação e a luta pelo regresso às suas terras.

A história passa-se nas roças de São Tomé no ano de 1907, no período colonial, e apresenta a chegada de um médico às ilhas no qual encontra um grupo de contratados em situação de vulnerabilidade, portadores de uma doença desconhecida por todos.

“No fundo essas pessoas não querem ficar ali, não querem ficar neste sítio porque foram trazidas para aqui à força e decidem morrer. E toda esta história das pessoas terem vontade ou agência sobre si próprias para escolherem morrer, é uma coisa que perturbou toda a organização e administração da roça. A história é isso, como é que essas pessoas vão na realidade acabar por voltarem a suas terras”, frisou a realizadora, Margarida Cardoso.

A dinâmica produzida no filme, arrebata e leva aos telespectadores a refletirem acerca da realidade vivida pelos contratados nos quais lutaram pela liberdade.

“Este filme é um filme magnífico, porque introduz uma atmosfera ela própria negra. Porque, é um filme que nos fala de uma história terrível, que é dos contratados  à força, porque acabou que depois da escravatura, vamos contratar. Vamos contratar à força de uma forma que as pessoas estivessem condenadas assim a trabalhar pelo resto da vida”, referiu.

Uma produção que desperta o sentimento nostálgico da terra natal, que de acordo com Valter Martinho, telespectador, a doença que afetou os contratados era uma doença interna e que a conquista pela liberdade e o regresso à terra de origem ajudou a sarar a efermidade.

“A realidade é que tinham que encontrar uma maneira e conseguiram transportar os escravos do lugar onde foram chamados para serem escravos levando-os  a sua terra natal e isso ajudou a sarar a saudade. Era uma doença interna praticamente espiritual”, frisou.

Banzo foi produzido em São Tomé no ano de 2022 e transmite um sentimento de melancolia dos contratados em relação à terra natal. Para além do Centro Cultural Português, o mesmo foi apresentado nas roças de Diogo Vaz e Água-Izé.

O filme já estreou em França e Portugal, estima-se que o mesmo  continue a ser apresentado nos festivais de cinema e insere-se dentro das conferências de nome Assombrações e Memória do Trabalho Forçado.

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