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O analista César Chiyaya diz ser “necessário concretizar o ideal da União Africana como organização política”

Em um debate promovido pela RSTP sobre a áfrica, analisou-se as questões políticas e sociais do continente e a ação da União Africana enquanto organização que tem como base a união dos povos africanos, a promoção da paz e segurança no continente. Entretanto, de acordo com os comentadores é necessário haver a consolidação desta organização.

Os movimentos de libertação dos países africanos serviram de impulso para a liberdade e estavam constituídos por nacionalistas dotados de princípios e valores pró-liberdade do continente. No entanto,  ao longo do tempo, viu-se  desvanecer os princípios e ideais destes mesmos movimentos.

O analista político, César Chiyaya, refere que os mesmos “se tornaram naquilo que sequer se esperava”.

“Eu concordo com o papel que estes movimentos tiveram na conquista das independências africanas, no entanto é preciso também sinalizar que estes movimentos depois da independência  tornaram-se naquilo que sequer se esperava”, disse. 

César cita também que  trata-se de maior interesse destacar “as promessas feitas pela independência” e não os caminhos feitos. O analista político destacou de como é de maior relevância consolidar a União Africana.

“A única questão que realmente deveria ser feita era concretizar o ideal da União Africana como organização política”, mencionou. 

A escravidão no continente deixou sequelas e marcas que perpetuam, todavia, existe uma maior escravidão que tem perseguido os africanos. Yoavi dos Santos, ativista social, cita que é preciso “descolonizar a mente”.

“O colonialismo acabou, mas é preciso descolonizarmos  a nossa mente, é preciso libertar das amarras que até nos prendem dos problemas que foram causados pela escravatura, pelo colonialismo e agora pela independência.[…] O que nos tem faltado nos últimos tempos  é uma questão de liderança, nós entramos numa problemática que depois da independência nós não conseguimos produzir líderes”, destacou Yoavi dos Santos.

Yoavi refere que a sucessão de má liderança deve-se à complacência dos povos africanos.

“Se nós passamos a ser aquele cidadão que exige  e não sustenta esses centralismos e clientelismos, aí sim a sociedade africano poderá mudar”, destacou.

Sublinha-se também acerca de uma democracia participativa e cidadania ativa no processo do desenvolvimento do continente africano e que cabe a nova geração consolidar a liberdade seguindo o modelo dos ideais do PAN-africanismo.

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