“O processo rumo à independência” é 1ª conferência sobre a independência de STP

São Tomé e Príncipe completa em 12 de julho 50 anos de independência. Um marco histórico que delineou toda a história do povo são-tomense na conquista não apenas da liberdade, mas também da possibilidade de exercer com unidade, disciplina e trabalho a democracia.

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Rádio Somos Todos Primos

A conferência “O processo rumo à independência”, é a primeira realizada em São tomé e Príncipe na passada quarta-feira, 11, e conta de forma cronológica os acontecimentos ocorridos desde a criação dos comitês e movimentos de libertação até a independência de São Tomé e Príncipe, em 12 de julho de 1975.

Promovida pela jornalista e escritora São de Deus Lima, a cerimónia contou com figuras da educação são-tomense, bem como estudantes e professores. O historiador Carlos Neves, foi o orador desta conferência que teve lugar no auditório da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe.

O historiador aborda sobre o contexto sociocultural da época, da incerteza e insegurança perante os acontecimentos e conflitos que se desenrolaram na região africana com o surgimento dos comitês de libertação, nomeadamente o Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe (CLSTP). 

“Eu e alguns colegas que aqui estão, estávamos no liceu (em Moscou) nessa altura e nós estávamos apreensivos pelo que se passava nas antigas colónias Portuguesas pelo sistema de Guerra. Fomos ganhando consciência plena que no fenómeno rácico, o racial que nós vivíamos no nosso relacionamento com o brancos”, citou o historiador.

De acordo com o historiador, embora São tomé e Príncipe e Cabo Verde fossem as únicas colónias nas quais não tiveram a guerra como um impulso para a conquista da liberdade, a conjuntura social na época causava insegurança a Portugal, que buscava meios para paralisar qualquer ação em São Tomé e Príncipe que causasse uma revolução.

“Houve a dado passo uma notícia que circulou aqui, que a PIDE pôs no seu relatório de que se tinha se instalado uma base de treino militar perto de Libreville com vista a invadir São Tomé nos anos 60 e isto colocou as autoridades Portuguesas em sobressalto”, explicou.

A conferência  não foi apenas um momento de aprendizagem, mas também de reflexão crítica sobre o impacto da independência e a importância dos movimentos de libertação.

O jurista Roberto Raposo na sua intervenção ressaltou que “valeu muito a pena São Tomé e Príncipe ter tornado em 1975 independente”,  suscitando  também uma reflexão sobre a importância dos movimentos Pan-africanistas na conquista da independência no continente.

“É uma conferência nunca realizada em São Tomé e Príncipe sobre este tema, o percurso até à nossa independência em 12 de julho de 1975 em que o orador fez um discurso com todos os pormenores”, referiu Isabel Abreu, ministra da Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior.

São Tomé e Príncipe completa em 12 de julho 50 anos de independência. Um marco histórico que delineou toda a história do povo são-tomense na conquista não apenas da liberdade, mas também da possibilidade de exercer com unidade, disciplina e trabalho a democracia.

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