O Governo são-tomense inaugurou na sexta-feira, 9, uma fábrica de transformação de milho, na qual irá possibilitar aos residentes locais, principalmente, as mulheres a se desenvolverem no setor de empreendedorismo na comunidade, sobretudo, no arquipélago.
“Esta entrega é extremamente importante. Estamos a falar de ferramentas de transformação, que vão transformar vidas, histórias e transformar também futuros. A entrega da máquina de transformação e de materiais de equipamentos eletrónicos representam um passo concreto em direção a autonomia, a capacitação e a valorização das mulheres e homens desta comunidade”, disse a ministra da Justiça, Assuntos Parlamentares e Direito da Mulher, Vera Cravid.
Para além da inauguração da fábrica, a localidade conta também com novos equipamentos electrónicos para a sala de aconselhamento contra a violência doméstica. Vera Cravid, sublinhou que esta é uma “oportunidade real de reconstrução”, apesar das inúmeras limitações enfrentadas no combate a violência doméstica, admitindo que ao investir nas mulheres é “investir na sociedade”.
“Ao proporcionar o acesso aos meios de produção e o conhecimento da tecnologia, estamos a dizer claramente que as mulheres desta comunidade não estão sozinhas. Nós acreditamos em vocês e agora é preciso que vocês acreditem em vocês próprias“, precisou a ministra.
“Cada equipamento entregue aqui hoje tem o maior propósito de possibilitar a cada mulher atendida por este centro que ela possa, reconstruir a sua dignidade, a sua independência financeira e sua confiança”, acrescentou.
A unidade agroalimentar que tem a capacidade para produzir 1,5 tonelada de farinha por dia, representa um avanço significativo para a economia local e a segurança alimentar da região.
O ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Nilton Garrido, que presidiu a cerimónia de entrega, destacou a importância desta infraestrutura, admitindo que a mesma irá proporcionar maior rendimento.
“Quando estamos coordenados no trabalho em conjunto, nós podemos chegar a um bom ponto”, citou o ministro.
O coordenador residente Interino da Organização Mundial da Saúde, Abdoulaye Diarra, referiu que a realização deste trabalho conjunto visa a “valorização da produção local” e que irá “criar oportunidades de emprego e promover uma indústria agroalimentar mais inclusiva e sustentável”.
Para além da entrega destes novos equipamentos, foram atribuídos certificados aos formandos na área de formação de género e empreendedorismo.
Esta infraestrutura resulta de um projeto conjunto iniciado em 2022, com o envolvimento de quatro agências do Sistema das Nações Unidas, PAM (agência líder), FNUAP, OIT e UN-Habitat, visando o empoderamento feminino e o desenvolvimento sustentável nas zonas rurais.