TESLA STP trava suspensão de fornecimento de energia e aceita negociar com o Governo

A empresa de investimento turco Tesla STP recuou na decisão de suspender o fornecimento de energia à Emae, a partir de quinta-feira, e aceitou o convite do primeiro-ministro, Américo Ramos para “iniciar discussões”, visando “um acordo mutuamente benéfico para pagamentos pendentes”, segundo um comunicado da empresa enviado à RSTP.

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“A Tesla STP reconhece o convite feito pelo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe para iniciar discussões visando a resolução da situação atual e a identificação de um acordo mutuamente benéfico para pagamentos pendentes e quaisquer outras questões contratuais”, lê-se no comunicado.

“Em vista da nossa abordagem construtiva e no espírito de cooperação, a empresa anuncia que continuará a fornecer energia à rede nacional até novo aviso”, acrescenta a Tesla STP, no seu comunicado de imprensa.

Na segunda-feira, 16, a Telsa STP anunciou que iria interromper as operações no setor energético em São Tomé e Príncipe, a partir de meia-noite de quinta-feira, alegando que o Estado são-tomense tem uma dívida acumulada de 7,5 milhões de euros para com a empresa.

Em resposta, o Governo são-tomense através de um comunicado, divulgado na mesma noite, rejeitou “qualquer forma de chantagem ou pressão que comprometa a soberania e o bem-estar do povo são-tomense” e referiu que tomaria “todas as medidas legais e institucionais necessárias para proteger os direitos do Estado e garantir a prestação contínua dos serviços essenciais”.

O Governo referiu que a Tesla STP exigiu inicialmente um pagamento de “1,5 milhões de euros até o dia 1 de abril”, valor que foi pago pelo Estado são-tomense em 31 de março, como forma de evitar a interrupção no fornecimento.

Posteriormente, a empresa voltou a solicitar outro pagamento no mesmo valor, até 1 de junho, mas nesse período, o contrato estava a ser objeto de uma auditoria pelo Tribunal de Contas, o que levou o Governo a adiar o segundo pagamento.

Face ao anunciou da Tesla STP, a Empresa de Água e Eletricidade (EMAE) anunciou que estava em preparação “um plano de racionalização no fornecimento de energia”, que passariam por cortes de eletricidade, a partir de quinta-feira, caso a empresa turca suspendesse os seus serviços.

Em conferência de imprensa, o diretor geral da Emae, também rejeitou o valor da dívida imputada pela Tesla STP ao Estado são-tomense.

“Em relação às dívidas, pelas nossas contas, e que felizmente também coincidem com as contas do Tribunal de Contas, eles [a Tesla] dizem que o Estado deve-lhes uma média de sete milhões de euros, mais ou menos coisa. Se nós deduzirmos os pagamentos feitos, incluindo uma caução de 1.300.000, que também foi diretamente à conta da Tesla STP, dos pagamentos feitos temos um total de 4.148.000 euros. Deduzido o valor da dívida que dizem ter, temos apenas uma dívida de 2.854.000 euros. Esta é a dívida que nós entendemos existir hoje”, declarou Raúl Cravid.

No final do mês de Maio, o Tribunal de Contas divulgou o relatório de auditoria que concluiu que a empresa TESLA-STP criada com o apoio do anterior governo de Patrice Trovoada para investir mais de 10 milhões de euros, na modernização da Central Térmica de São Tomé, tem sobrefacturado na venda de energia ao Estado são-tomense.

Segundo o Tribunal de Contas, o contrato obriga o estado são-tomense a fornecer combustíveis para os geradores que foram instalados pela TESLA-STP, e depois é o próprio Estado, através do governo, que compra a energia produzida pelos 5 geradores instalados pela empresa de capital turco.

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