A única escola de condução da Ilha do Príncipe enfrenta dificuldades operacionais que têm comprometido a qualidade do serviço prestado à população local. A falta de um veículo em condições para as aulas práticas, e a existência de apenas um computador para as atividades teóricas são alguns dos problemas que afetam o funcionamento da instituição.
A situação tem gerado descontentamento entre os alunos, que se queixam de falhas recorrentes nos serviços.
De acordo com o diretor regional dos transportes, Jamil Cassandra, a insatisfação já levou à “paralisação temporária das atividades da escola, agravando ainda mais o cenário”.
A ausência de concorrência também tem contribuído para a intensificação destas dificuldades. Jamil Cassandra, referiu que “A escola funciona como a única opção na ilha, o que acaba por refletir-se em custos elevados para a obtenção da carta de condução.”
O professor Cardoso, responsável pelas atividades pedagógicas da escola, reconhece que os desafios financeiros continuam a ser o maior entrave no funcionamento regular da instituição, o que tem levado muitos alunos a desistir do curso devido às condições. No entanto, destaca que já foram implementadas algumas melhorias.
“Antes, o espaço que acolhia os alunos era feito de tábua, mas agora temos um edifício de alvenaria com ar condicionado. Além disso, uma nova viatura foi recentemente adquirida na capital, São Tomé, e aguardamos transporte para o Príncipe”, explicou.
O professor também destacou o desafio da chamada “dupla insularidade” e o isolamento geográfico da Ilha do Príncipe em relação à ilha principal.
“Vivemos numa ilha isolada. É preciso coragem e paciência para enfrentar a realidade do nosso dia a dia”, apelou.
A escola de condução, que funciona há mais de onze anos na ilha, permanece como um símbolo da perseverança local por melhores condições. Para os alunos, o que se espera agora é que as promessas de melhoria se concretizem rapidamente, trazendo dignidade e qualidade ao ensino da condução na região.
