A adolescente angolana, Maria Luemba, de 17 anos, foi encontrada morta em sua residência em Aveiro, Portugal, no dia 12 de junho, num caso em que as autoridades apontam para o suicídio, enquanto a família diz tratar-se de homicídio e aponta um vizinho como o principal suspeito.
A família justifica a sua posição, tendo em conta que o corpo de Maria Luemba foi encontrado pelo seu irmão de seis anos, amarrado e “com vestígios de sangue”.
“Ele chegou e encontrou a porta da casa já aberta. Ele subiu e o quarto da irmã estava aberto e então ele entrou. Quando ele entra depara-se com aquilo e então começa a bater na irmã para ver se a irmã está bem e depois se assusta quando vê o sangue no pescoço da irmã. Ele disse que a irmã tinha a corda no pescoço com sangue e tinha a mão amarrada”, relatou a avó em entrevista à TVI.
A avó sublinhou que não existe qualquer possibilidade da jovem ter se suicidado atando a corda no pescoço, por causa das limitações existentes no quarto.
“Alguém entrou ali e assassinou a minha neta”, disse.
De acordo com os relatos da avó, a família nunca foi bem recebida desde a sua chegada à cidade de Aveiro.
A avó diz que a mãe da jovem vivia em constantes conflitos com um indivíduo que a perseguia e importunava no restaurante onde a mesma trabalhava. O homem, chegou a partir o vidro da janela e colocar fezes em frente à porta do restaurante, e dias antes da morte da Maria, colocou areia no motor do carro, tendo como objetivo causar um acidente.
A família considera o homem como principal suspeito pelo assassinato da Maria, dada a contínua perseguição, as ações agressivas do mesmo para com a família e o facto de aparecer num vídeo nas redes sociais, dias após a morte da jovem, com arranhões pelo pescoço alegando ter sido assaltado.
“Ele matou a miúda, fez o que tinha para fazer com a miúda”, disse a avó, durante uma live no TikTok.
A mãe da jovem clama por justiça e celeridade na obtenção de respostas para este caso, e afirma que o corpo da menor não foi visto pela família, por recusa das autoridades.
“Ao invés de estarem a especular coisas, sem dar nenhuma informação à família, sem ouvirem primeiro à família, primeiro mostrem provas. Se ela se matou, ok, provas. Faz-se autópsia. Desde que prenderam os telefones dela, até o momento ninguém nos diz nada. Ela era a alegria da minha casa que até agora não sei como é que vai ser da minha casa”, disse a mãe em lágrimas.
Nas redes sociais, muitos internautas lamentaram a morte da Maria, e a pouca visibilidade que o caso teve nos órgãos de comunicação social.
“Tudo aparece mas este caso desta jovem nem sequer apareceu nas notícias, muito triste. Tão jovem tinhas a idade da minha filha, esperamos que não fique em esquecimento e que façam justiça desta menina. Que Deus conforte o coração dos teus pais, familiares e amigos com muita força e coragem neste momento de muita dor e tristeza. Que Deus te dê um eterno descanso e que se faça justiça”, Dalila Duarte, num comentário.
A família recorreu às redes sociais para dar voz ao caso, por receio de que o mesmo não fosse investigado, e está marcada uma manifestação para domingo, 29, às 15 horas, em Lisboa.