Delfim Neves acusa ex-PM Patrice Trovoada de coautoria de crimes de homicídios

O ex-presidente do parlamento são-tomense Delfim Neves apresentou queixa-crime por injúria e difamação contra o ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada e acusou-o de “coautoria imediata” de quatro crimes de homicídio qualificado ocorridos no quartel militar em 2022.

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Segundo o advogado do ex-presidente do parlamento, a queixa-crime visa responsabilizar Patrice Trovoada e fundamenta-se nas suas declarações divulgadas na página do seu partido Ação Democrática Independente (ADI), na semana passada, em que acusou Delfim Neves de ser o autor moral da tentativa de Golpe de Estado de 2022, em que morreram quatro pessoas.

“É estranho a tamanha incongruência do cidadão Patrice Trovoada, porque o mesmo cidadão reconhece a idoneidade das instituições que trabalharam sobre o processo, tanto a perícia portuguesa como o nosso Ministério Público, que efetivamente viu que durante todas as investigações não existem elementos suficientes para acusar o deputado Delfim Santiago das Neves, mas o cidadão Patrício Trovoada insiste ainda com esta narrativa”, referiu o advogado Pedro Sequeira.

O representante de Delfim Neves fundamentou a denúncia face as declarações de Patrice Trovoada, que revelou que durante a noite em decorria a tentativa de Golpe de Estado, encontrava-se na sua residência onde decorria uma reunião com altos dirigentes da ADI, incluindo a presidente do parlamento, Celmira Sacramento, que também permaneceram no local até as primeiras horas da manhã.

“Então eu acho que é o momento de nós sabermos se efetivamente estava durante todo este tempo lá na sua residência e porquê. E mais, porquê que se tomou uma medida excecional em relação ao Presidente da República levando a sua excelência para um lugar seguro e que, em relação à própria figura do primeiro-ministro e da presidente da Assembleia, dos altos dirigentes do partido ADI, entendeu-se que o lugar seguro seria a própria casa do então primeiro-ministro Patrice Trovoada”, indagou, o advogado.

“Eu creio que é uma questão que o Ministério Público, de fato, com esses novos elementos, deve efetivamente perseguir. Porque há muito mais pessoas que nós deveríamos ouvir”, acrescentou Pedro Sequeira, ladeado por Delfim Neves.

Em causa está o ataque ao Quartel do Morro, em São Tomé, ocorrido na noite de 24 para 25 de novembro de 2022, após o qual três dos quatro civis assaltantes – que agiram com a cumplicidade de alguns militares – e um outro homem – identificado como o orquestrador do ataque e detido posteriormente pelos militares – foram submetidos a maus-tratos e acabaram por morrer no mesmo dia, nas instalações militares.

Até ao momento apenas o civil sobrevivente, Bruno Afonso, conhecido por Lucas, foi julgado e condenado a 15 anos de prisão, que começou a cumprir de forma efetiva na semana passada, após confirmação da sentença pelos tribunais superiores.

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