São Tomé e Príncipe inaugurou nova central de produção de oxigénio, no Hospital Central, financiada pelo Fundo Global num projeto implementado pelo PNUD para promover um “sistema de saúde mais forte e mais resistente no país”.
“A fábrica fornece oxigénio de qualidade médica acima de 90 %, conforme as normas da OMS [Organização Mundial da Saúde], funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana; está equipada com alarmes de segurança e gerador de energia de reserva. Inclui uma conduta de gás medicinal totalmente integrada, construída para fornecer oxigénio diretamente às enfermarias da maternidade e pediatria do hospital, com potencial para uma possível expansão”, referiu a representante interina do PNUD, Negar Arefi.
Em nota de imprensa, o Programa das Nações Unidas (PNUD), refere que “a nova central elimina a dependência de abastecimento externo de botijas de oxigénio para serviços críticos, garantindo uma fonte estável, segura e economicamente viável”.
No ato de entrega oficial da central, o ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe, Celso Matos, que é médico e ex-bastonário da Ordem dos Médicos, relembrou o percurso desafiante do país no processo para assegurar o fornecimento de oxigénio no sistema de saúde.

“Há dez anos, o país vivia com crises constantes por falta de oxigénio porque não produzíamos oxigénio no país, tínhamos que comprar e países vizinhos, tínhamos que alugar barcos com botinhas [que] muitas vezes falham, se calhar alguns doentes faleceram por falta de oxigénio, e os custos eram enormes […] muitas cirurgias suspensas, e adiadas por falta de oxigénio”, citou o Celso Matos.
No entanto o ministro referiu que a situação melhorou com a instalação da primeira central de oxigénio há cerca de 10 anos, mas existiam limitações”, porque “tem pouca capacidade de produção e também não cobre todos os serviços do hospital”.
“A instalação e o funcionamento desta [nova] central de oxigénio, fará grande diferença no sistema de saúde […] nos últimos tempos vocês têm assistido episódios tristes de reclamações e manifestações de populares e até mesmo perda de vidas e humanas por falta de oxigénio”, sublinhou o primeiro-ministro, Américo Ramos.

“É necessário agora trabalhar junto no sentido de encontrar junto a parceiros a possibilidade de criar essas ‘rampas’ noutras enfermarias porque é necessário garantir esse oxigénio a outros doentes, a outros pacientes que estão nas outras enfermarias”, acrescentou o chefe do Governo são-tomense.