O primeiro ministro, Américo Ramos e os autores das novas pinturas no mural do Prédio do Banco dizem que a polémica que marcou o início do projeto está ultrapassada, e prometeram a inclusão de mais artistas na segunda fase da iniciativa.
“Polémicas existem sempre, o mais importante é termos o melhor para São Tomé e Príncipe; consegue-se ultrapassar qualquer tipo de diferendo ou incómodos que se possa gerar; temos aqui visivelmente uma obra de arte com referência e isso é o mais importante, o resto tratamos […] a explicação disso já foi dada pelos artistas, e não voltemos a falar disso como “polémica”, disse o primeiro-ministro, Américo Ramos, durante a inauguração do mural, na terça-feira.
O artista plástico, René Tavares que concebeu o projeto, admitiu ter havido “algum erro de comunicação”, alegando que “o tempo era muito curto” para a execução do projeto.
“Nós tivemos um contacto direto com o Governo e vimos o estado das pinturas e era impossível a gente tentar recuperar, e nenhum desses artistas conseguiria restaurar pois não são especializados em restauro […] o direito do autor para uma obra pública é difícil de responder porque não sei até que ponto o artista tinha a propriedade dessas paredes”, explicou René Tavares, seguro de que o mal entendido inicial está ultrapassado.
“Achamos melhor fazer a divulgação do ´módulo 2´ deste projeto que poderá ser mais inclusivo, pois a ideia é de fazer uma galeria pública e não se pode fazer uma galeria pública sem os artistas; espero contar com o apoio de todos, apoio dos meus colegas, de estudantes da arte e de pessoas talentosas que querem de facto fazer dessa galeria pública uma galeria pública nacional”, afirmou René Tavares.
As paredes do conhecido prédio de Banco, voltadas para a Praça da Independência, ganharam novas pinturas e cores, com representação do Tchiloli, Quiná, Danço Congo, Auto de Floripes e outras manifestações culturais de STP.
No inicio do projeto, Nezó, Osvaldo Reis e outros artistas das antigas pinturas reclamaram a falta de informação e direitos autorais das obras.

“Estão a restaurar o trabalho sem nos consultar e estamos aqui a exigir o nosso direito do autor, nenhum artista está autorizado a apagar as obras do outro artista”, reclamou o artista plástico Osvaldo Reis.
“Alguém tem que fazer justiça porque em São Tomé já existe uma instituição que protege o direito dos autores e nós vamos tentar pedir informações, e saber quais são as possibilidades de restauração”, acrescentou o artista plástico Nezó .