A Assembleia Nacional fez despesas de aproximadamente 200 mil dobras para a sessão solene que estava prevista para sexta-feira, no Palácio dos Congressos, mas que foi cancelada à menos de 24 horas do evento, segundo a instituição, devido à indisponibilidade do Presidente da República e o primeiro-ministro, disse à RSTP fonte do parlamento.
Sem descriminar as despesas efetuadas, a fonte assegurou que a Assembleia Nacional tinha quase tudo ultimado até ser informada sobre a ausência do Presidente da República.
“Não recebemos nenhuma nota”, disse à RSTP outra fonte com assento na conferência de líderes parlamentares, sublinhando que a comunicação inesperada do Presidente Carlos Vila Nova “esvaziou toda a solenidade do ato […] “até porque se convidou todas as forças vivas da nação, o corpo diplomático, por ser uma sessão especial”.
A fonte precisou que o parlamento foi informado que o primeiro-ministro, Américo Ramos não participaria no ato sem o Presidente da República, e contrariou “os rumores” sobre alegado convite tardio ao chefe de Estado, bem como a eventual viagem da Presidente da Assembleia Nacional ao estrangeiro.
“O convite formal chegou à Presidência na terça feira […] o vice-presidente Abnildo Oliveira, representará a Assembleia Nacional na Assembleia Parlamentar da CPLP, a decorrer em Maputo, de 13 a 14 deste mês”, adiantou.
A RSTP contactou o gabinete do Presidente da República e do primeiro-ministro para obter esclarecimentos sobre o assunto, mas não teve respostas.
Num comunicado de imprensa divulgado na noite de quinta-feira, na página do parlamento do Facebook, a secretária da mesa da Assembleia Nacional, referiu que a instituição foi informada através do ministro da Defesa, na qualidade de presidente da comissão dos festejos, “da indisponibilidade” do Presidente da República, Carlos Vila Nova, em estar no ato.
Acrescenta que a ministra da Justiça, Assuntos Parlamentares e Direitos da Mulher “informou à conferência dos presidentes dos Grupos Parlamentares, na reunião de hoje, que estaria igualmente ausente no ato” o primeiro-ministro Américo Ramos.
“Nestes termos, a Conferência dos Presidentes dos Grupos Parlamentares deliberou sobre o cancelamento da referida Sessão Solene”, lê-se na nota, sem adiantar os motivos das ausências.
O chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova, é também o presidente da “comissão de honra” dos festejos dos 50 anos da independência, e segundo imagens divulgadas pela Presidência da República, presidiu a várias reuniões preparatórias nas quais participaram representantes de todos os órgãos de soberania, incluindo a presidente da Assembleia Nacional, Celmira Sacramento.
A sessão solene na Assembleia Nacional está prevista no programa oficial que tem sido divulgado nos órgãos de comunicação social há semana, mas o cancelamento acontece a menos de 24 horas, segundo fontes da instituição, numa altura em que a Assembleia Nacional (Parlamento) já havia enviado convites a várias entidades, e praticamente concluída a ornamentação do espaço que iria acolher o ato.
Segundo o programa, a Presidência deverá acolher um “ato solene de condecorações” a realizar-se esta sexta-feira.
A independência de São Tomé e Príncipe foi declarada a 12 de julho de 1975, data em que o país assinou com Portugal, antigo colonizador, um Acordo Geral de Cooperação e Amizade.
