Presidente da República acusa Assembleia de promover intrigas e interesses de grupos

o Presidente da República disse hoje que desde o dia 8 que “a Comissão de Honra não validou” a realização da atividade “porque um ato solene, com a programação feita pela Assembleia, assemelhava-se a dois atos solenes para o 12 de julho”.

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Carlos Vila Nova

O Presidente da República acusou hoje o parlamento de promover intrigas e interesses de grupo, após lhe atribuir a responsabilidade pelo cancelamento da sessão solene do parlamento no âmbito dos 50 anos da independência do arquipélago.

“É claro que mostra sempre aquela parte que nós estamos sempre preparados para intrigas. Estamos sempre preparados para arremessar. Quando, ao longo desse tempo, desde o 9 de junho, o apelo que eu tenho feito é a aproximação, é a paz, é a unidade”, disse Carlos Vila Nova, quando instado pelos jornalistas a esclarecer a polémica.

Em causa está o cancelamento pelo parlamento da sessão solene prevista para a última sexta-feira, em alusão aos 50 anos da independência do arquipélago, segundo a presidente do parlamento, Celmira Sacramento “devido à indisponibilidade” do Presidente da República e do primeiro-ministro.

“Tínhamos tudo preparado, mas, a solenidade do ato era precisamente para ter presença de individualidades de entre elas, sua excelência o Presidente da República, senhor primeiro-ministro e muitos outros convidados. Convidamos corpos diplomáticos e muitas outras individualidades. Não havendo essas presenças [do Presidente e o primeiro-ministro], esvaziou todo o sentido da solenidade que queríamos dar ao ato”, explicou, Celmira Sacramento, quando questionada pelos jornalistas, no final do ato central do dia 12 de julho, na Praça da Independência.

Celmira Sacramento, precisou que a proposta “foi validada” na comissão de honra presidida pelo Presidente da República, com participação de representantes de outros órgãos de soberania, e acabou por ser cancelada pelo parlamento, segundo Celmira Sacramento após a instituição ser informada pelo ministro da Defesa, da indisponibilidade do chefe de Estado para estar no ato.

No entanto, o Presidente da República disse hoje que desde o dia 8 que “a Comissão de Honra não validou” a realização da atividade “porque um ato solene, com a programação feita pela Assembleia, assemelhava-se a dois atos solenes para o 12 de julho”.

“Só há um ato solene. E a decisão foi que ela seria feita na Praça da Independência”, declarou o chefe de Estado.

Vila Nova, que falava após a inauguração de uma escola secundária financiada por empresas petróliferas, admitiu ainda que a decisão da comissão de honra não impedia a Assembleia Nacional de realizar a sessão “homenagear quem entendesse, e com outro formato”.

O chefe de Estado, sublinhou que a Assembleia “não depende de ninguém” e deve assumir a decisão que tomou sem “vir com o pretexto de que foi dada a orientação para cancelar”, porque “isto não corresponde à verdade”.

“Nós não podemos pegar num órgão colegial, com 55 deputados, e por interesses de pequeno grupo da Assembleia … não. A Assembleia é representativa do povo são-tomense”, disse Vila Nova.

Após o cancelamento da sessão solene o Movimento Basta, com dois deputados eleitos, considerou que a decisão “apenas confirma o clima de profunda tristeza e instabilidade que se abateu sobre o país desde os trágicos acontecimentos de 25 de novembro de 2022” em que quatro homens foram mortos no quartel militar e até ao momento não foram julgados.

No entanto, a presidente da Assembleia Nacional garantiu que “o relacionamento institucional” com o Presidente da República “é perfeito”.

“Só esta parte [da ausência] que não fez sentido” realizar a sessão plenária, mas todo o resto flui naturalmente”, sublinhou Celmira Sacramento.

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