O Sporting Clube de Praia Cruz vai suspender a sua participação no campeonato nacional de futebol em São Tomé e Príncipe, a partir deste final de semana, alegando haver “ilegalidades” no Comité Executivo da Federação Santomense de Futebol e na própria direção, que tem prejudicado o desporto rei no arquipélago e apelou à união dos dirigentes dos clubes para mudar o paradigma da competição no país.
“Nós temos que parar mesmo o futebol para repensar e discutir [sobre a modalidade], saber o que estamos a fazer e para onde estamos a ir, quais são os objetivos porque do jeito que está agora, nós estamos a brincar com o futebol”, disse o presidente do Sporting da Praia Cruz, Wiwi dos Santos, em entrevista à RSTP.
O presidente dos ´Leões do mar`, lançou ainda apelo à todos os clubes, principalmente, da primeira divisão para “não comparecerem nos jogos” marcados para este final de semana” e suspender a competição na ilha, exigindo a reposição da legalidade e o respeito aos regulamentos em vigor.
Segundo Wiwi Santos, a sua equipa não estará presente no embate diante do Inter de Bombom, marcado para as 15h de domingo, no campo Eduardo Mondlane, em Bombom, a contar para a 18ª ronda do primodivisionário em São Tomé, e pediu ainda, a revisão das “ilegalidades”.
“O Sporting da Praia Cruz não aparecerá [no jogo] já neste final de semana e, eu espero que outros clubes também façam o mesmo, porque só juntos é que podemos mudar isso. […] não pode ser só o Praia Cruz, tem que ser todos, porque o futebol não está bem”, afirmou o presidente do Sporting da Praia Cruz, Wiwi dos Santos.
“As equipas não deveriam comparecer para fazer os jogos do campeonato, até que a federação sente na mesa com os clubes discutam sobre a situação do futebol. [Os clubes deveriam tomar essa decisão] a partir já deste final de semana”, apelou.
Na terça-feira, o Vitória Futebol Clube do Riboque, através de uma publicação na sua página do Facebook, também lançou um forte apelo à união dos 12 clubes da primeira divisão do futebol são-tomense, propondo a realização urgente de uma reunião com o Comité Executivo da Federação Santomense de Futebol (FSF), com o objetivo de anular uma decisão que considera “ilegal” e “injustificável”.
Em causa está a alegada violação dos artigos 25.º e 26.º do Regulamento das Competições da 1.ª divisão, relacionados com a obrigatoriedade da Licença de C, cuja suspensão por parte da FSF foi duramente criticada pelos signatários.
No entanto, na quarta-feira, um grupo de seis clubes da 1.ª divisão do futebol são-tomense, nomeadamente, Agrosport de Monte Café, JUBA de Diogo Simão, Inter de Bombom, Sporting Clube da Praia Cruz, Trindade FC e Vitória FC do Riboque, assinaram uma carta e, enviada a secretária da FSF, na qual decidiram suspender a sua participação em todas as competições organizadas pela Federação Santomense de Futebol (FSF), com efeitos imediatos.
Esta quinta-feira, a Federação Santomense de Futebol (FSF) e os seis clubes subscritores da carta que apelava à suspensão do campeonato da 1.ª divisão, reuniram-se para encontrar soluções para a situação que afeta os clubes no país, mas, o encontro terminou sem consensos nem decisões definitivas.
Os clubes exigiram a presença do presidente da FSF, Nino Monteiro, que se encontra ausente do país até ao próximo dia 28.
