Três músicos cabo-verdianos, nomeadamente Rui de Pina, Kátia Semedo e Quim de Nanda animaram um concerto realizado no espaço Cacau, em São Tomé, promovido pela embaixada de Cabo Verde, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo-Verde.

O concerto realizado na noite de terça-feira, foi marcado por ritmos tradicionais de Cabo Verde, como Morna e Funaná e alguns ritmos são-tomenses como o caso da banda musical África Negra.
“Muitos não sabem, mas foi a primeira vez que nós saímos juntos de Cabo-Verde. Já fizermos algumas atuações no espaço dele (Quim de Nanda) ele tem um restaurante de música cabo-verdiana, mas sair fora de Cabo-Verde e fazer um show dessa envergadura foi a primeira vez”, afirmou Kátia Semedo.
A cantora Kátia Semedo é o resultado mais palpável, da interação profunda entre são-tomenses e cabo-verdianos transmitida de geração em geração. Ela nasceu e viveu a sua infância em São Tomé, antes de mudar-se para cabo-verde, como contou recentemente em entrevista à RSTP.
“Eu sou neta de cabo-verdianos, meu pai e a minha mãe são são-tomenses, só que na parte paterna o meu pai é filho de cabo-verdianos, portanto eu sou da terceira geração”, disse.
A voz de Kátia Semedo é uma emanação da melodia “Kem Mostrabo és Caminho Longe pa São Tomé” de Cesária Évora.

Dois povos com forte ligação histórica e cultural, mas que a ligação área tem-se colocado como um dos principais obstáculos de ligação.
“A ligação que não existe, que era um elo de ligação forte entre São Tomé e Cabo-Verde”, lamentou presidente da Associação Cabo-verdiana de Ação Social em São Tomé e Príncipe, Elsa Viana.