O jornalista e diretor do jornal Téla Nón, Abel Veiga, exortou as autoridades nacionais a “soltarem o cadeado” e promover a liberalização do mercado da comunicação social são-tomense, eliminando “normas e taxas proibitivas”, a fim de estimular a promoção da transformação e do despertar da consciência nacional.
“(É necessário) tirar o cadeado nas normas legislativas que existem em termos de liberalização do mercado de comunicação social, e estimular as unidades de comunicação social. Estímulo financeiro, tecnológicos, para que cada um de nós possamos mostrar São Tomé ao mundo, e mostrar o mundo a São Tomé. Promover o verdadeiro desenvolvimento do nosso país”, disse.
Em entrevista, o diretor do jornal Téla Nón que completou 25 anos em 12 de julho, criticou a existência de “um valor proibitivo” exigido pelas entidades nacionais, que tem servido de obstáculo para a oficialização de novos órgãos de comunicação social, nomeadamente de Rádio e Televisão.
“Porquê aquele valor proibitivo para uma empresa de comunicação social para abrir uma rádio, ou uma pequena unidade de televisão? […] colocaram aquele valor porque sabem exatamente que não vai se conseguir”, frisou.
Em São Tomé e Príncipe, apenas a Rádio Nacional e a Televisão São-tomense (TVS), que são tuteladas pelo Governo, têm o alcance para quase todo o território nacional.
Existem algumas rádios privadas, sobretudo de caráter religioso, com emissão limitada, assim como rádios comunitárias.
Abel Veigas classificou como “hipócritas os comportamentos dos sucessivos governos”, que ao longo do tempo têm afirmado interesse pela liberdade de imprensa, mas cujas as ações não têm correspondido a esse discurso.
“É tudo hipocrisia. São anos e com o tempo cansamos dessas hipocrisias […] e de facto são palavras sem nunca ter a materialização, nem sequer um sinal para que este sector de comunicação social possa ser este factor fundamental de desenvolvimento“, lamentou.
Veigas destacou que é necessário estimular as iniciativas existentes no país promovidas pelos meios de comunicação social alternativos, sobretudo no domínio digital, para a “transformação, a mudança de mentalidade e de comportamentos”, a fim de “galvanizar os cidadãos a aproveitarem as oportunidades, a despertarem-se para as oportunidades e para o mundo”, sublinhou.
“É necessário promover gratuidade das iniciativas que já existem, […] galvaniza-las ao nível nacional, soltar este cadeado e estimular“, apelou.