O Ministério da Agricultura lançou na quarta-feira, 23, a fase de recolha de dados para o terceiro Recenseamento Geral Agrícola, que o Governo considerou “instrumento vital para fornecer dados técnicos para o planeamento, monitorização e formulação de políticas públicas”.
O processo que sucede a formação de formadores e agentes de terreno, começou em 2023, e conta com o financiamento da União Europeia e o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O ministro da Agricultura, Nilton Garrido, destacou que este terceiro recenseamento, que deverá iniciar-se a partir de 5 de agosto deste ano e terminar em junho de 2026, reveste-se de uma “importância estratégica”.
“Trata-se de um instrumento vital para o reforço da capacidade estatística nacional e para a disponibilização de dados técnicos essenciais ao planeamento, monitorização e formulação de políticas públicas nos domínios agrícola e desenvolvimento rural”, declarou, Nilton Garrido.

Até a data, São Tomé e Príncipe realizou apenas dois recenseamentos agrícolas, em 1964 e 1991, limitando a visão e as políticas públicas para o desenvolvimento deste setor durante mais de 30 anos.
Nilton Garrido disse que o terceiro recenseamento será realizado com “instrumento moderno, robusto, alinhado com as melhores práticas internacionais”, que permitirá “recolher dados agregados, inclusive por género, e assim desenhar políticas públicas mais eficazes, inclusivas e direcionadas”.
O ministro ressaltou que a “produção e gestão de dados fiáveis” é “imperativo e estratégico” num “contexto global em constante transformação, marcado pelas mudanças climáticas, a insegurança alimentar e a pobreza rural”.
“O recenseamento geral agrícola fornecerá informações decisivas para orientar as decisões do governo, otimizar investimentos, alocar recursos de forma mais justa e avaliar com rigor o impacto das nossas políticas”, acrescentou.
O terceiro Recenseamento Geral Agrícola conta com o envolvimento do Instituto Nacional de Estatística (INE) para garantir a produção de dados viáveis a vários níveis.
“Vamos conhecer o número de agricultores, a dimensão das exploração agrícola, caracterizar o uso de terra, identificar as práticas produtivas, […] os créditos disponibilizados e a assistência técnica para os agricultores”, disse o presidente do INE, Geitt Almeida.
Geitt afirmou que a ação visa “conhecer o perfil socioeconómico dos agricultores” que “são vitais para enfrentar os desafios que o setor enfrenta atualmente”.
Além de apelar à colaboração dos agricultores neste processo, o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca declarou “profunda gratidão” do Governo FAO e à União Europeia, “pelo inestimável apoio financeiro, técnico e institucional” para a execução do terceiro recenseamento agrícola.