São aproximadamente 40 palaiês, pertencentes aos grupos de autoajuda de Praia Gambôa e do Mercado de Bôbo Fôrro, cuja atividade se centra na transformação e comercialização de pescado, que receberam capacitação do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, na área de elaboração de planos de negócio, no âmbito do projeto FISH4ACP em São Tomé e Príncipe.
Esta iniciativa teve em vista “fortalecer as competências destas empreendedoras, permitindo lhes gerir de forma mais eficaz os seus negócios e contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro local”, lê-se no comunicado enviado à RSTP.
Os grupos de autoajuda foram criados com o apoio da ONG MARAPA, no quadro da execução do projeto FISH4ACP no país, tendo como objectivo, facilitar o acesso ao crédito para os atores da cadeia de valor através de fornecedores formais de serviços financeiros.
“A elaboração de planos de negócios por estas empreendedoras lhes permitirá concorrer a projetos financiáveis, acessando crédito rotativo que serão disponibilizados em alguns bancos comerciais. Este processo aumentará as suas chances de obter recursos para impulsionar os seus empreendimentos”, lê-se.
A formação foi ministrada pela Katraio Services, e contou também com a presença do administrador do Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP), Francisco Piedade, que detalhou o envolvimento do banco no acesso a financiamento formal para a pesca artesanal, e explicou às empreendedoras o processo de obtenção de crédito, abordando a relação entre capital e taxas de juro.
“Os investimentos na pesca artesanal têm sido baixos em São Tomé e Príncipe, embora este seja um sector rentável que contribui para o crescimento económico e a subsistência em comunidades piscatórias, apoiando ao mesmo tempo, a segurança alimentar da população”, referiu o comunicado.
São Aproximadamente 200 membros dos Grupos de Autoajuda que estão distribuídos pelos distritos de Cantagalo, Caué, Lembá e Água Grande, bem como na Região Autónoma do Príncipe.
A composição destes grupos é “maioritariamente feminina, com cerca de 80% de mulheres e 20% de homens. Ainda no âmbito do projeto, estão a ser desenvolvidos, em colaboração com outros fornecedores de serviços, materiais e equipamentos para melhorar a conservação e o transporte de pescado”, acrescentou.
O FISH4ACP é uma iniciativa da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OACPS) que contribui para o desenvolvimento sustentável das cadeias de valor da pesca e da aquacultura. O FISH4ACP é implementado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e por parceiros com financiamento da União Europeia (UE) e do Ministério Federal Alemão para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento (BMZ).