Pelo menos quatro mortes e mais de 500 detenções é o balanço provisório dos protestos iniciados na segunda-feira, em Luanda, Angola, contra a subida do preço dos combustíveis e o aumento do custo de vida, mas que têm sido marcados por atos de vandalismo, pilhagens e violência.
De acordo com as informações avançadas pela agência Lusa, o porta-voz da Polícia Nacional, o subcomissário Mateus Rodrigues, revelou que “foram vandalizadas 45 lojas, 25 viaturas particulares, 20 autocarros públicos e três agências bancárias, com quatro mortos e mais de 500 detenções”.
A origem do atual estado remonta à subida do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro (cerca de 28 para 37 cêntimos) no início do mês.

“No dia em que os “azuis e brancos”, como são conhecidos, decidiram não colorir as estradas de Luanda e demais províncias do país, o primeiro dos três dias de “paralisação pacífica”, convocada por associações de taxistas, ficou marcada por atos de vandalismo nos diversos bairros da capital angolana”, avançou a Lusa.
“Continua insuportável. Hoje fizeram vários tiros quase ao meu prédio. Continuam a pilhar e roubar os estabelecimentos comerciais, jovens estão a levar tiros”, disse um morador à RSTP.
O jovem acrescentou também que “quase todos os estabelecimentos estão encerrados”.
“Não se consegue comprar nem levantar dinheiro. Saí para comprar leite e nada. Saquearam uma loja de motos”, referiu.
Para além de prejuízos humanos, a manifestação tem desencadeado até então a destruição de bens públicos e privados pela cidade de Luanda, num conflito acirrado entre civis e agentes da polícia.