Mulheres são-tomenses assinalam “avanços significativos” e desafios de Mulheres Africanas nas últimas décadas

A atividade que reuniu mulheres que trabalham ativamente em diversas áreas de desenvolvimento, incluiu palestras, debates, momentos culturais e recital de poesias, em um espírito de união e reflexão sobre as conquistas, mas também dos desafios pela transformação de África.

África -
Rádio Somos Todos Primos

As Mulheres São-tomenses em Movimento comemoraram o dia das mulheres africanas, promovendo um momento de celebração das metas alcançadas com esforço e perseverança, e a refletiram sobre os caminhos a serem percorridos para maiores conquistas.  

Durante o evento, na quinta-feira, 30, a ministra da justiça destacou os diversos progressos alcançados pelas mulheres africanas ao longo dos anos.

 “Nestes últimos anos temos testemunhados avanços significativos […] o número de mulheres em cargos de decisão política tem aumentado […] em várias nações temos assistido o surgimento de lideranças femininas fortes: chefes de estados, ministras, juízas, diplomáticas […] as taxas de matrícula femininas no ensino secundário e superior tem crescido significativamente nos últimos anos […] no ativismo milhões de mulheres têm estado na linha da frente lutando contra o casamento infantil, mutilação genital feminino tráfico de ser humano, etc. , afirmou a ministra da Justiça, Vera Cravid.

A atividade que reuniu mulheres que trabalham ativamente em diversas áreas de desenvolvimento, incluiu palestras, debates, momentos culturais e recital de poesias, em um espírito de união e reflexão sobre as conquistas, mas também dos desafios pela transformação de África.

“Este marco representa não apenas uma homenagem, mas um chamado à reflexão, ação e ao reconhecimento do papel central das mulheres africanas na construção de sociedades mais justas, resilientes e inclusivas”, enalteceu Ana Paula Vítor , a embaixatriz de Angola.

Ao longo do evento foram desenvolvidas palestras sob o tema  “O papel da mulher no processo de paz em África”, ministrada pela ex-primeira-ministra  Maria das Neves; e “O papel das mulheres nas transformações sociais em África”, ministrada pela acadêmica angolana Fátima Moniz. 

“50% da população africana é mulher, mas é uma mulher que participa ativamente no processo de paz muitas vezes no anonimato […] prestam serviços durante a guerra […] muitas perdem marido, perdem filhos, perdem  familiares, e são elas que asseguram a comunidade. Falamos sobre aquelas mulheres que não aparecem nas capas de jornais, mas que são mulheres decisivas no processo de paz”, Maria das Neves. 

Embora muitas conquistas alcançadas pelas mulheres africanas ainda existem muitos desafios a serem ultrapassados conforme explica a ministra da justiça:

“As estatísticas revelam que ainda há um longo caminho a percorrer, milhões de meninas em África ainda estão fora do sistema escolar sendo que o continente apresenta a maior taxa de analfabetismo feminino no mundo, milhões de meninas e mulheres são submetidas a mutilações genitais femininas em África, cerca de 40% das mulheres africanas vivem em áreas rurais, onde o acesso à saúde, a educação e a justiça continua extremamente limitada, estudos africanos apontam que uma em cada 3 mulheres africanas já sofreu algum tipo de violência física e sexual ao longo da sua vida”, lamentou a ministra da justiça.

Um longo caminho pela frente, que deverá ser percorrido com a união de todos. Este foi o apelo lançado pelas mulheres durante este evento.

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