As obras do novo hospital de São Tomé deverão iniciar no primeiro trimestre de 2026, com o financiamento de mais de 32 milhões de dólares do Fundo Kuwait e do Banco Árabe Desenvolvimento Económico África (BADEA), anunciou o ministro das Finanças.
“Esperamos que até o primeiro trimestre do próximo ano, nós começaremos a construção deste projeto. Naquela época, o custo do projeto era de cerca de 17 milhões. Agora, quando chegamos ao custo novo, o novo edifício, ele aumentou para 30 a 35 milhões. Agora, a diferença é de cerca de 17 a 20 milhões. Nós esperamos que, o BADEA e o Governo cubram”, referiu o representante do Fundo Kwait, Ahmad Othman, que chefia uma delegação que está em São Tomé para rever os termos do financiamento do projeto.
No projeto inicial, concebido em 2016, previa-se a reabilitação do Hospital Aires de Menezes com 17 milhões de dólares.
O governo do ex-primeiro-ministro Jorge Bom Jesus reestruturou o projeto e o valor subiu na altura para cerca de 32 milhões de dólares.
Já o atual executivo prevê a construção de um novo hospital de raiz na zona de Ferreira Governo num montante ainda não definido, mas que será superior aos 32,5 milhões de dólares.

“Mesmo se nós tivéssemos que manter o mesmo projeto no atual edifício do Hospital Ayres de Menezes, de 2022 para 2025, os custos já não iam ser 32 milhões de dólares. Mas o Kuwait Fund, antes de vir, já tinha conhecimento e já tem conhecimento que os custos já não são os 17 milhões de dólares”, sublinhou o ministro das Finanças, Gareth Guadalupe.
“Já temos a garantia do Kuwait Fund, […] há que haver aqui uma repartição dos financiamentos. O Kuwait Fund poderá financiar entre 50% e 80% e o BADEA o resto”, acrescentou.
O governo vai reunir também com os representantes do BADEA durante esta semana, mas assegura que já está em conversações com outros parceiros para garantir o arranque das obras do novo hospital de referência.
“O projeto vai levar dois a dois anos e meio, durante esses dois a dois anos e meio nós vamos continuar a trabalhar a ver se nós conseguimos outros parceiros”, disse Gareth Guadalupe.

O governo afirma que o novo hospital é a prioridade das prioridades para São Tomé e Príncipe, por isso assegura que nem as eleições gerais previstas para 2026 poderão atrapalhar a continuidade do projeto.
“Eleições serão em 2026, seja que governo vier, nenhum governo pode deixar o hospital para trás. Vamos acabar com política à volta do novo hospital. Desde 2016 a 2025 já se passaram quase 10 anos. Isso é daqueles projetos que tem que haver consenso e que nós esperamos que, seja que governo vier a sair em 2026, nenhum governo põe em causa Por isso é que todo o processo também à volta do novo hospital tem que ser transparente”, declarou Gareth Guadalupe.
Segundo o ministro, o novo hospital será de referência com vários serviços, incluindo a Hemodiálise, que tem arrastado centenas de são-tomenses para a imigração forçada, sobretudo em Portugal.
