A Dança de Bambu, caracterizada por movimentos marcados, sons rítmicos produzidos com bambus e trajes feitos de saco, é uma manifestação de origem ancestral e tradicional da comunidade de Boa Entrada que, apesar dos diversos desafios, segue ativa graças ao trabalho da professora Laurinda de Jesus.
“Esta manifestação surgiu há muitos anos […] a dança surgiu através de um filme de nome Sandocan, os mais velhos viram, gostaram e começaram a praticar […] quando eu tomei o conhecimento desta dança já tinha muitos outro que praticavam antes de mim”, explicou a Laurinda de Jesus, professora de dança de bambu.
Segundo Laurinda, a prática representa parte importante da identidade cultural local.
Atualmente a professora coordena um grupo de 10 crianças e jovens, com o objetivo de garantir a continuidade da tradição.

Apesar da dedicação, o grupo enfrenta dificuldades estruturais. A principal queixa é a “falta de recursos financeiros e materiais, além da escassez de voluntários jovens interessados em participar e manter a prática viva”.
Marcela Noronha, uma das aprendizes, destaca que o interesse surgiu após conhecer a dança em uma apresentação. Desde então, participa dos ensaios regularmente e exprime o desejo de ver o grupo atuar em muitos outros lugares.
Edilza Nascimento, moradora da comunidade, reconhece “como positiva esta manifestação cultural” e apela por “apoio institucional para a sua preservação”.

“Eu vejo esta manifestação como um ponto positivo, uma vez que é uma das interações aqui na comunidade, e a jovem Laurinda tem ensinado a essas crianças como forma de preservar essa manifestação cultural, que se encontra em via de extinção”, acrescentou a Edilza.
Laurinda apela por “mais investimentos, materiais adequados e incentivo à participação juvenil” e reafirma que a “continuidade da dança depende diretamente destes apoios”.