O jornalista Josimar Afonso foi hoje impedido de entrar na Presidência da República para fazer cobertura jornalística, por alegadas “ordens superiores” comunicadas por um dos seguranças em serviço, mas que foi depois desmentido pela Presidência da República.
“Naturalmente, como jornalista fui convidado e chamado a lá estar para fazer a cobertura habitual e depois tratar da notícia. Estranhamente, chegando na Presidência logo na receção, eu sou convidado pela senhora que está de serviço para um canto para receber a informação particular de que eu, Josimar Afonso, estou proibido de entrar na Presidência da república. Perguntei o porquê, disse que não sabe, mas, são ordens superiores”, afirmou Josimar Afonso.
De acordo com Josimar, estavam presentes colegas de outras instituições que não tiveram qualquer impedimento à entrada, inclusive, o operador de câmera da Rádio Somos Todos Primos (RSTP). Um fato que despertou a atenção do jornalista e o levou a questionar sobre os reais motivos por trás da ação.
“Todos outros colegas chegaram e nem ali na receção sequer informaram se tratava de uma proibição ao Josimar, ou a alguns dos órgãos que eu colaboro. O que ficou claro é que a proibição era expressa para a pessoa de Josimar Afonso”, explicou.
Josimar relatou que contactou a assessoria de imprensa do Presidente da República, que mostrou-se surpresa e alegou que desconhecia a proveniência da ordem, contudo, que trataria de fazer os contactos a fim de identificar o autor.
“Já terminada a audiência que todos os jornalistas saíram, eu fui contactado pelo assessor de imprensa da Presidência,a dizer que teria falado com o senhor Presidente da República sobre a questão, e que o Presidente assegurou que não deu esta ordem, não sabia dessa ordem e que para a Presidência esta ordem não existe”, frisou.
O jornalista sublinhou que, apesar do pedido de desculpas da Presidência e da garantia do Presidente de que “não está proibido de entrar na Presidência”, irá recorrer aos meios formais para exigir do Chefe de Estado um esclarecimento público e a responsabilização do autor da ordem.
“Vou fazê-lo formalmente, enviando uma nota ao Presidente, enviando uma nota se necessário ao Sindicato dos Jornalistas, ao Conselho Superior de Imprensa, para que a situação seja devidamente esclarecida, a pessoa responsável, responsabilizada, ou no mínimo que seja feito um pedido de desculpas públicas”, precisou.
Josimar Afonso acrescentou que não se trata da primeira vez em que situação como esta sucede com os jornalistas envolvendo os serviços de segurança da Presidência da República, e apelou pela responsabilização do mandatário da ordem de exclusão.
“Eu acho que é uma situação muito grave que precisa ser esclarecida, à Presidência da República, ou qualquer outra instituição pública deve ser de livre acesso aos jornalistas”, firmou.
