PM promete fim de cortes de energia em 20 dias e assegura solução menos onerosa que a da Tesla-STP

Américo Ramos afirmou ainda que o Governo está a trabalhar com o Banco Mundial e outros parceiros, com “possibilidade de entrada de privados para produção energética” fotovoltaica, hídrica e não só, para acelerar o processo de transição energética nos próximos 12 meses.

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Rádio Somos Todos Primos

O primeiro-ministro prometeu  a estabilidade energética, com o fim de cortes em 20 dias, e assegurou uma solução “menos onerosa” do que a da empresa Tesla-STP, que cobrava cerca de 530 mil dólares mensais, mas decidiu suspender na semana passada o fornecimento de eletricidade ao país, alegando dívidas acumuladas pelas autoridades são-tomenses. 

Segundo Américo Ramos, que falava após visitar uma central da Empresa de Água e Eletricidade (Emae), onde geradores estão em manutenção, os técnicos são-tomenses “já conseguiram recuperar quase 80% daquilo que foi retirado da rede pela Tesla” e “há perspetivas” de recuperar mais máquinas para melhorar a situação ainda mais nos próximos 15 a 20 dias.

Qualquer solução que o Governo encontrar vai ser menos onerosa do que a Tesla. Porque, com a Tesla, vimos claramente que […] a EMAE não consegue pagar mensalmente 530 mil dólares à uma empresa que diz que produz 10, mas entrega quatro ou cinco [megawatts]. Não pode”, disse Américo Ramos.

O primeiro-ministro assegurou que atualmente, sem os três megawatts que eram produzidos pela Telsa-STP, o nível de produção energética da Emae é de cerca de 12 megawatts, sendo que são precisos pelo menos 17 para o abastecimento regular ao país.

“O Governo vai apoiar sempre a empresa [Emae], vai dar à empresa o suporte suficiente para que ela consiga criar condições para a produção de energia necessária para o fornecimento à população”, assegurou.

Américo Ramos afirmou ainda que o Governo está a trabalhar com o Banco Mundial e outros parceiros, com “possibilidade de entrada de privados para produção energética” fotovoltaica, hídrica e não só, para acelerar o processo de transição energética nos próximos 12 meses.

O chefe do governo são-tomense considerou que será difícil um acordo com a Tesla-STP, sublinhando que o executivo tem defendido que o contrato assinado em 2023 pelo anterior Governo chefiado pelo ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada (2022-2025), seja alterado de acordo com as recomendações do Tribunal de Contas, que detetou várias irregularidades, incluindo sobrefaturação ao Estado.

“Essas recomendações foram seguidas às riscas no processo de negociação. O que vem depois, cabe às autoridades judiciais dizer”, vincou Américo Ramos.

Na semana passada, o diretor-geral da Emae, Raúl Cravid, anunciou que a Tesla decidiu suspender o fornecimento de eletricidade na terça-feira da semana passada, após dar um ultimato ao Governo, exigindo mais um pagamento, cujo montante não foi revelado, num prazo de 24 horas.

O diretor da Emae apelou à intervenção “do defensor do Estado” para a alteração ou revogação do atual contrato existente entre o Governo são-tomense e a Tesla STP.

“Enquanto o contrato não for renegociado ou banido, as dívidas vão-se acumulando num montante de 500 e pouco mil euros mensais. E é preciso que quem tem que tomar conta disto, juridicamente falando, que o tome”, alertou Raúl Cravid, assegurando todo o suporte técnico para a defesa dos interesses do Estado são-tomense.

Raúl Cravid acusou a Tesla STP de adotar atitudes que violam o princípio de boa-fé, admitindo “o auxílio da tal mão invisível”, que recusou revelar o nome, mas assegurou viver fora de São Tomé e Príncipe, dando a entender que se referia ao ex-primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

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