O ministro das Finanças são-tomense afirmou hoje, citando inquérito do Banco Central, que mais de 60% da população do arquipélago “continuam sem conta bancária” e a “literacia financeira continua a ser um entrave”, apesar do aumento da inclusão financeira de mulheres de 18 para 34%.
Segundo o ministro, em 2017, “apenas 24% da população adulta estava incluída financeiramente”, e apesar do aumento para 41% em 2025, ficou-se “longe da meta dos 70%” prevista na estratégia 2021-2025.

Gareth Guadalupe sublinhou que, mesmo entre as pessoas que têm contas bancárias, “quase metade sente baixa satisfação com os serviços oferecidos”.
“A literacia financeira continua a ser um entrave, limitando o uso consciente e diversificado dos produtos disponíveis. No setor das micros e pequenas empresas, que representam o coração da nossa economia, apenas 18% estão formalizados e menos de um quarto têm acesso regular ao setor bancário. O financiamento contínuo continua a ser o maior obstáculo à sua sobrevivência”, referiu o ministro.
O governante acrescentou que as remessas dos imigrantes, recebidas por quase metade da população, “continuam a circular em grande parte por canais informais”, admitindo que a formalização desse fluxo permitirá aumentar “a segurança e a eficiência”, bem como a canalização de recursos adicionais para o desenvolvimento.

No entanto, Gareth Guadalupe destacou como “sinais encorajadores” o aumento da inclusão financeira de mulheres.
“Esse fosso reduziu em 20 pontos percentuais de 2017 para menos de 5 pontos em 2025. É um avanço relevante na promoção da igualdade e na valorização das mulheres no sistema financeiro”, sublinhou.
O ministro destacou ainda outros “potenciais transformadores que o país deve saber aproveitar”, apontando que “mais de 80% da população tem acesso ao telemóvel […] “cerca de 68% têm acesso à internet”, embora “apenas 24% usa serviços financeiros digitais”, o que apontou como “um grande potencial a ser explorado”.
Por outro lado, referiu que “a taxa de poupança cresceu”, sendo que “70% da população poupa”, embora “a maioria ainda o faz fora do sistema financeiro”.
O ministro disse que os resultados do inquérito “mostram claramente que a inclusão financeira é uma poderosa ferramenta de combate à pobreza” e de promoção do desenvolvimento sustentável, mas também que o país está longe dos objetivos nesta matéria.
Neste sentido, defendeu que a próxima Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2030, “terá de ser ainda mais ousada e pragmática”, reforçando três pilares essenciais, nomeadamente, a digitalização financeira, inclusão das micros e pequenas empresas e a educação e literacia financeira.
