Jornalistas de órgãos públicos iniciam greve exigindo condições de trabalho e dignidade salarial

O sindicato, aproveitou para denunciar algumas medidas implementadas por alguns órgãos de soberania, nomeadamente a Presidência da República, que condicionam o trabalho da imprensa.

País -
Rádio Somos Todos Primos

Os jornalistas da imprensa pública são-tomense iniciaram hoje uma greve, por tempo indeterminado, exigindo condições de trabalho, respeito e dignidade salarial, anunciou o sindicato da classe que exige transparência na gestão da taxa audiovisual paga pelos cidadãos através das faturas cobradas pela EMAE.

Segundo a porta-voz Sindicato dos Jornalistas Santomenses (SJS), Fernanda Costa Alegre, a greve é motivada pelo incumprimento pelo Governo das exigências apresentadas num caderno reivindicativo submetido em setembro, mas que, apesar da assinatura de um memorando de entendimento, não foi cumprido integralmente.

Na terça-feira, os sindicalistas estiveram reunidos com responsáveis do gabinete do primeiro-ministro, Américo Ramos, que tutela diretamente os órgãos da comunicação estatais, mas não foi possível um novo entendimento, por isso iniciaram a greve que paralisou os serviços da Televisão Santomense (TVS), Rádio Nacional e a Agência de Noticias STP-Press.

“Desta vez o que nós queremos é que a situação da comunicação social, dos profissionais seja resolvida”, sublinhou Fernanda Costa Alegre.

“Nós não somos inimigos dos governantes e do Governo, nós estamos aqui para trabalhar, para dar o nosso melhor, mas para que isso aconteça é preciso também haver por parte do Governo alguma sensibilidade”, acrescentou.

Segundo a sindicalista, o ponto central que motivou a greve é a alegada falta de transparência na gestão da taxa audiovisual paga pelos cidadãos através das faturas cobradas pela Empresa de Água e Eletricidade (EMAE).

“O que nós queremos é que haja um decreto que diz que a taxa audiovisual pertence à comunicação social, e que seja gerida pelos órgãos da comunicação social, o que não tem acontecido […] o que nós exigimos é que haja transparência”, sublinhou Fernanda Costa Alegre, acrescentando que tem existido divergências de informações entre a EMAE e o Governo que gere a conta onde é depositado o valor.

O sindicato, aproveitou para denunciar algumas medidas implementadas por alguns órgãos de soberania que condicionam o trabalho da imprensa.

“Na Presidência da República um profissional de comunicação social não pode entrar com uma ‘t-shirt’, ténis, com uma calça ‘jeans’”, exemplificou, sublinhando que “o profissional não é obrigado a sair de casa vestido a rigor com fato e gravata todos os dias”.

Os sindicalistas prometeram abertura para negociações visando a melhoria das condições dos órgãos da comunicação social estatal no país, e garantiram a prestação dos serviços mínimos, nos termos definidos na lei.

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